Celso Gutfreind

Histórias

Hoje peguei um Uber até a nova sede do Grupo A, no bairro Floresta, para completar a série de gravações de um curso sobre a utilização terapêutica do conto. Mas tudo é história nesta vida, e a ida em si já me trouxe uma nova. O motorista identificou o endereço e, poucas quadras depois de nossa viagem, começou a contar – viagem dentro da viagem - que, anos atrás, trabalhou para a empresa. Foi no setor de logística, fazendo as entregas dos livros. Seguiu o seu relato, contando que a turma era exigente e inovadora, tornando-se precursora na utilização do rastreamento. Segundo ele, anteciparam-se ao Uber, hoje a sua nova fonte de renda. Era difícil, relembra, mas o propunham de uma forma tão respeitosa que todos topavam se embrenhar na tarefa inaugural. Lembrava do João, o seu chefe, e também do dono da empresa, o seu Henrique. “Gente cativante”, que considerava o livro como o “seu bebê”, ou seja, algo que transcendia a mercadoria e que demandava muito carinho para que “não se perdesse por aí”. E o faziam de forma tão humilde que não havia como não embarcar naquela história.