No Brasil dos últimos anos, a descoberta de escândalos envolvendo empresas privadas e governos conferiu ainda maior notoriedade à auditoria contábil. Nesse cenário, o estabelecimento de processos de controle interno revela-se essencial para assegurar a credibilidade de informações financeiras.

Engana-se, entretanto, quem pensa que a função do auditor é apenas detectar fraudes e corrupção. Análise de dados, estabelecimento de estratégias, monitoramento fiscal e planejamento de ações também aparecem em seu escopo de atuação. Não faltam, portanto, oportunidades para quem deseja se tornar um auditor independente.

Enquanto a situação econômica do país exige alerta máximo, os auditores cumprem o papel de garantir que as operações empresariais estejam de acordo com os princípios contábeis. Para tanto, é preciso obter o registro de auditor independente – o que depende do aval de diversas entidades responsáveis por certificar a atuação profissional.

Qualificação permanente

Além de certificar a veracidade das informações de uma empresa ou entidade, o auditor independente também deve opinar sobre as práticas contábeis da organização. Nesse momento, ele aponta suas impressões quanto à saúde financeira ao negócio. Para ter autonomia e credibilidade, o profissional precisa estar aprovado no Exame de Qualificação Técnica instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

No entanto, antes de encaminhar o pedido para o Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) é importante estar preparado para o exame no guia de orientação e ciente das etapas e responsabilidades envolvidas.

Depois da aprovação no exame, o processo para se tornar um auditor independente percorre mais etapas. Uma delas diz respeito à atualização profissional, garantindo maior qualidade do trabalho, cujas diretrizes são estabelecidas e aprovadas pelo CFC e pelo Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON).

Um dos programas de atualização certificados pelo CNC com destaque no mercado é o PROCONTAB. Com ele, é possível acessar conteúdos específicos e obter, ainda, a carga horária e a pontuação em certificado exigidas.

Somam-se às fases de aperfeiçoamento profissional a revisão do controle de qualidade utilizado pelo auditor. A cada quatro anos, ele se submete a uma avaliação aplicada por outro profissional contábil, a fim de colocar seu método de análise à prova. A revisão serve para atestar se o processo em questão está de acordo com as práticas éticas e se enquadra nas funções com aplicabilidade.

Áreas de atuação

Auditores podem atuar de maneira autônoma ou, então, integrar um escritório de auditoria. Na maioria dos casos, estes escritórios são multinacionais, o que inevitavelmente irá exigir ter fluência em idiomas e ainda conhecimento de política e economia de outros países.

Além de atuar em empresas com a missão de prevenir irregularidades, o auditor contábil também pode atuar no mercado mobiliário – ou seja, no mercado de valores. Neste campo, as oportunidades estão em bolsas de valores, seguradoras, planos de saúde, sociedades sem fins lucrativos e bancos, que também exigem auditoria ou necessitam da precisão de informações contábeis para realizar operações financeiras com segurança. Para atuar no mercado de valores, é preciso que o auditor contábil exerça a atividade há mais de cinco anos e esteja vinculado a instituições regulatórias.

Pode-se concluir que o controle contábil depende diretamente de três fatores. Primeiramente, que o auditor esteja apto a interpretar regras nacionais e internacionais de operações fiscais e financeiras. Em segundo lugar, é fundamental que ele possua familiaridade com ferramentas digitais, cada dia mais importantes para otimizar processos. E, por fim, que o profissional contábil tenha foco em resultados positivos e éticos para empresas e a sociedade em geral.

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