Você conhece as principais novidades da sua área? Dados do Institute For Scientific Information (ISI) mostram um salto no número de publicações de artigos científicos produzidos por brasileiros. No período entre 2003 e 2009, o crescimento foi de 6% ao ano.

Outra pesquisa mostrou que, de 2006 a 2010, as publicações na área de Medicina aumentaram em 117%. Frente a todo esse fluxo, manter-se atualizado é uma tarefa que exige dedicação e tempo. Uma alternativa que se tornou sucesso nos Estados Unidos pode ser a solução para médicos brasileiros: a educação médica continuada, ou CME na sigla em inglês.

A CME (Continuing Professional Education ou Educação Médica Continuada) surgiu nos Estados Unidos na primeira metade do século 20, quando uma série de problemas na formação de médicos em atuação foram reconhecidos. Modelos de atualização profissional já eram amplamente discutidos nos EUA, onde foi criado o termo “Continuing Education” (Educação Continuada) na busca pela atualização constante de necessidades que surgiam a todo momentos nas mais variadas áreas de atuação profissional. Mas a obrigatoriedade ficou restrita aos médicos.

Na época, as escolas de Medicina criaram um sistema de educação continuada porque novos medicamentos, diagnósticos e tratamentos surgiam e os profissionais não tinham acesso a essas atualizações.

O primeiro programa obrigatório foi iniciado em urologia, em 1934. Porém, a obrigatoriedade do aperfeiçoamento contínuo foi regulamentada no final dos anos 60, quando a American Medical Association (AMA) publicou o primeiro conjunto de diretrizes para uma boa prática médica, quando criou um diploma honorário para médicos que completavam 150 horas de formação adicional no prazo de três anos.

As instituições de ensino e hospitais começaram a criar e implementar modelos de educação de atualização e, em 1981, criou-se o Conselho de Credenciamento para Educação Médica Continuada (ACCME, na sigla em inglês), órgão ligado ao AMA, que define e impõe normas para a educação médica continuada (CME) nos Estados Unidos. Ele atua como o corpo de supervisão para as instituições e organizações que oferecem modelos de educação continuada.

Mas para que serve o CME? Pode ser definido como o conjunto de atividades educacionais que servem para manter, desenvolver ou aumentar os conhecimentos, competências e desempenho que um médico precisa para fornecer serviços para os pacientes. Essas atividades são classificadas como médicos de aprendizagem formais, que incluem programas de atualização em diferentes mídias, como DVD e formatos online. Também estão incluídas ações informais como associações, clubes e comunidades online onde os membros avaliam publicações científicas, pesquisas e trocam informações sobre procedimentos, diagnósticos e tratamentos.

Na América Latina, o Brasil e a Argentina foram os países pioneiros na implementação de métodos de educação continuada. A parceria entre a argentina Editorial Médica Panamericana com a Artmed Editora resultou na empresa responsável pela gestão do Sistema de Educação Continuada a Distância, o Secad. O sistema é baseado em um modelo de programas de atualização que permite o acesso a conteúdos específicos de diversas especialidades desenvolvidos por autores e pesquisadores renomados vinculados a instituições científicas.

Quer saber mais sobre os programas de atualização? Conheça os benefícios

Uma pesquisa realizada pela Agência de Investigação de Saúde e Qualidade dos Estados Unidos comprovou a eficiência do CME não no só na manutenção do conhecimento, mas também na organização dos objetos estudados. Apesar da grande variedade de técnicas CME, os pesquisadores encontraram temas comuns entre os estudos que comprovaram resultados positivos em diversas metodologias de educação sistematizada e continuada.

Outro estudo publicado na PubMed Health buscou examinar a eficácia da educação médica continuada, comparando modelos de ensino e seu impacto na mudança de resultados para a prática clínica. Para a realização do levantamento, os pesquisadores reuniram uma série de estudos publicados na última década, dos quais 14 concluíram que a educação médica continuada foi associada ao efeito desejado sobre os resultados clínicos no longo prazo.

Em outras palavras, esses estudos relataram um avanço nos comportamentos e atitudes positivas por parte dos pacientes: aumento do percentual de doentes que tomam a medicação; adesão do paciente a antibióticos; pacientes satisfeitos com o atendimento; frequência de consultas médicas; hospitalizações; tempo de permanência hospitalar; e as taxas de abandono do tabagismo.

A pesquisa comparou métodos que utilizam outras mídias, como a internet, com meios individuais de educação médica continuada e os pesquisadores descobriram que a opção de utilizar mais de um meio de obtenção de conhecimento foi o método mais eficaz na melhoria dos resultados clínicos.

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