A reprodução assistida até chegou a ser vista com certo receio no passado, mas hoje suas técnicas, como a fertilização in vitro ou inseminação artificial, são conhecidas como um efetivo processo reprodutivo auxiliado pela medicina.

Casais ou mesmo mulheres que desejam ser mães solteiras encontram nas técnicas de RA a chance de realizar o sonho de ter filhos. Em geral, recorrem à reprodução assistida as pessoas com dificuldade para engravidar (por causa da idade avançada ou doenças) ou casais homoafetivos.

Soma-se a isso à tendência de priorização dos estudos e da carreira por parte das mulheres. Muitas delas adiam a gravidez para depois dos 35 anos. A partir dessa faixa etária, a fertilidade começa a reduzir, motivada pela queda na quantidade e da qualidade dos óvulos liberados.

Outro público em potencial são os pacientes com câncer. Tanto a adoção de RA quanto o congelamento de óvulos e de sêmen são procedimentos incomuns no Brasil, ainda que possíveis.

“Depois de uma quimioterapia ou da retirada de determinados órgãos, a pessoa costuma ter mais dificuldade para engravidar”, explica a doutora em reprodução humana Hitomi Nakagawa, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).

É nesse cenário que surgem oportunidades a ginecologistas e obstetras especializados. Confira abaixo algumas recomendações para uma das principais formas utilizadas:

Por que e como realizar fertilização in vitro (FIV)

Dentre as opções de reprodução assistida, a fertilização in vitro é a referência no Brasil, embora seja mais cara. E com os avanços da tecnologia, as taxas de sucesso do método aumentaram significativamente nos últimos anos.

A técnica permite o congelamento dos embriões considerados bons para a gestação. Ou seja, além de ser recomendada em situações que a mulher deseja ser mãe no futuro, é uma boa alternativa para aquelas que vão enfrentar a quimioterapia.

A fertilização in vitro também é aplicada em casos de infertilidade por problemas como oligospermia, presença de anticorpos antiespermatozóides, disfunções na tuba uterina, endometriose ou quando não há um motivo diagnosticado. De modo geral, para realizá-la são necessárias três etapas:

Estimulação ovariana

Aqui, são prescritos medicamentos, seja por via subcutânea ou oral, para induzir a produção de óvulos. É comum que os fármacos sejam o citrato de clomifeno ou gonadotrofinas, em doses personalizadas. Durante esse período, o profissional deve observar por ultrassom a evolução dos folículos e solicitar exames regulares que mostrem os índices hormonais.

Coleta de óvulos

Quando os óvulos atingem um tamanho apropriado e estão em número suficiente, uma injeção de hormônio hcG é administrada para estimular a maturação ovariana do mesmo modo do ciclo natural. Após cerca de 36 horas dessa aplicação, os óvulos são captados por punção na via vaginal com o auxílio de uma agulha, estando a paciente sedada ou anestesiada.

Transferência dos embriões

Os embriões classificados como melhores são inseridos na cavidade uterina, em pouca quantidade para evitar gestações múltiplas. O Conselho Federal de Medicina dá o limite de quatro embriões, que varia conforme a idade.

Esse procedimento é feito entre dois a cinco dias após o desenvolvimento embrionário in vitro, sem a necessidade de anestesia. Além disso, deve ser acompanhado por ultrassonografia, já que, segundo estudos, o exame eleva as chances de sucesso do tratamento.

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Fertilização in vitro: quando indicar e como realizar o método de reprodução assistida

Reprodução de pequenos animais: mercado exige mais especialistas