A fratura de clavícula é uma lesão comum, frequentemente ocasionada por traumas diretos em atividades esportivas ou acidentes. Ela corresponde a 15% de todas as fraturas em adultos, e tem maior incidência entre homens. Pacientes com esse diagnóstico apresentam ombro caído, dificuldade para movimentar o braço, sensação de rangido ao elevar o membro, edema, hematoma e dor sobre a região.

É um trauma considerado benigno e de prognóstico positivo. Conforme as especificidades do caso e a avaliação do ortopedista, recorre-se à imobilização, acompanhamento fisioterápico ou intervenção cirúrgica. Na maioria das vezes, entretanto, é possível recuperar a função do ombro apenas com o tratamento conservador.

De acordo com o Guia de Reabilitação de Lesões dos Membros Superiores publicado pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), o ideal é que o tratamento inicie com o uso de tipoia e medicação para dor, seguido por sessões de fisioterapia visando a restauração da liberdade de movimento e da força muscular.

Para aprimorar sua prática profissional, conheça as Atualizações Profissionais em Fisioterapia. Saiba, a seguir, como orientar as sessões dos pacientes com fratura de clavícula.

Estratégia fisioterapêutica

Segundo o Guia de Reabilitação do HC-UFMT, o fisioterapeuta tem de adaptar o programa de treinamento conforme o tipo e a estabilidade da fratura, as características físicas de cada indivíduo e as análises do ortopedista. A meta é proporcionar alívio do quadro álgico e reestabelecer o controle de movimento da região. Também é importante que a progressão dos exercícios esteja alinhada à evolução mostrada pelos exames de imagem.

Na primeira fase, que acontece duas ou três semanas após o evento traumático, o profissional pode utilizar estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), ultrassom, infravermelho, laser e gelo para diminuir a dor e o edema. Se o paciente suportar, é possível realizar exercícios pendulares que usem efeitos da gravidade para gerar mobilização das estruturas e do líquido sinovial. Atividades de rotação interna e hiperextensão são contraindicados nesse momento.

Na segunda fase, que ocorre em média dez semanas depois da fratura, o fisioterapeuta pode iniciar a execução de exercícios ativos, como flexão, extensão, abdução, adução e rotação externa de ombro. O uso de polias, bastões e escadas é opcional. Atividades em frente ao espelho também são benéficas, já que permitem a autocorreção. Exercícios isométricos já se tornam uma alternativa viável.

Na terceira e última fase, quando já se passaram 12 semanas do episódio, exploram-se os alongamentos articulares, as atividades isométricas para os músculos escapulotorácicos e os exercícios isotônicos concêntricos e excêntricos com apoio de halteres. O treinamento proprioceptivo também é essencial.

Conforme o documento elaborado pelo Hospital de Clínicas da UFTM, a recuperação completa da fratura de clavícula pode levar até três meses. O número de sessões necessárias também varia conforme a área onde ocorreu o trauma.

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Fratura de clavícula: como orientar sessões de tratamento na fisioterapia

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