A termoterapia utiliza a mudança de temperatura dos tecidos do corpo para realizar tratamentos terapêuticos ou estéticos, seja por meio da radiofrequência ou da aplicação de mantas térmicas. Na fisioterapia, a técnica é adotada como alternativa de tratamento paliativo para a dor.

Sua aplicação, contudo, precisa ser criteriosa. Conforme o caso, a termoterapia pode agravar os sintomas e gerar queimaduras, em vez de contribuir para a reabilitação do paciente.

Antes de optar pelo seu uso, o fisioterapeuta precisa avaliar tipo e estado da lesão. A técnica nunca deve ser aplicada em infecções, lesões recentes ou inflamações agudas. Se o tecido superficial for sensível ao toque, estiver quente, avermelhado e inchado, é sinal de que não deve aquecido.

Quando e por que utilizar a termoterapia

A termoterapia é indicada quando o paciente necessita de relaxamento muscular e alívio permanente da dor. O método não é invasivo e costuma apresentar resultados desde as primeiras sessões – evitando a necessidade de tratamento farmacológico ou mesmo de se considerar cirurgias.

Segundo estudos do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o procedimento dissipa a tensão local, melhora o movimento muscular, a vasodilatação, o metabolismo e a circulação, assim como a extensibilidade dos tecidos moles e as propriedades viscoelásticas teciduais.

Como aplicar a técnica

Existem diversas formas de aplicar a termoterapia, mas o calor nunca deve ultrapassar os 57 graus Celsius, nem permanecer por mais de 20 minutos em contato com a pele. A depender da região do corpo e da gravidade da lesão, o profissional de fisioterapia pode optar por diferentes modos de transmitir temperatura, sendo eles:

Condução: o contato com a pele do paciente é direto. Os artefatos, geralmente compressas e bolsas quentes, transferem o calor direto para a derme.

Convecção: o aumento da temperatura ocorre por contato com fluídos e pelo estímulo mecânico produzido pela movimentação do líquido. Banhos de contraste e parafina são exemplos.

Conversão: transfere a temperatura pela energia. São usados aparelhos que permitem ao calor penetrar mais profundamente no organismo, como o infravermelho, as ondas curtas e o ultrassom.

Riscos das altas temperaturas

A termoterapia é contraindicada para pacientes com hipertensão, diabetes, febre, cardiopatias e queimaduras recentes. Grávidas e indivíduos portadores de tumores também não podem ser expostos a técnica – quando aplicadas diretamente sobre áreas tumorais, as altas temperaturas provocam a vasodilatação e disseminação das células cancerígenas por via linfática e hematológica.

Pessoas com tendência à trombose devem evitar utilizar mantas térmicas, pois ocasionam o aumento da atividade sanguínea. Já pacientes com marcapassos, desfibriladores, tatuagens e tratamentos estéticos devem evitar a radiofrequência.

Frio também é terapêutico

Assim como o calor, o frio também pode ser um aliado na reabilitação fisioterápica. A crioterapia, diferentemente da termoterapia, pode ser utilizada em disfunções musculoesqueléticas, traumáticas e inflamatórias. A técnica age diretamente na recuperação tecidual e é indicada especialmente para casos agudos, como torções e luxações.

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