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Avaliação funcional: objetivos e como fazer

A avaliação funcional na fisioterapia é fundamental para a elaboração de um plano de tratamento eficaz e personalizado. Ela envolve uma análise detalhada de determinadas valências físicas como a força muscular, flexibilidade, equilíbrio, coordenação e algumas habilidades motoras. Esse processo permite identificar limitações, desvios posturais, padrões de movimento alterados e manifestações álgicas, proporcionando uma visão abrangente da condição física do indivíduo.

A importância dessa avaliação reside na sua capacidade de fornecer dados objetivos que orientam a intervenção fisioterapêutica. Com base nos resultados, o fisioterapeuta pode definir metas terapêuticas realistas e mensuráveis, além de escolher as técnicas e exercícios mais adequados para o paciente. Isso não só otimiza o tempo de recuperação, mas também melhora a eficácia do tratamento.

Além disso, a avaliação funcional é crucial para monitorar o progresso do paciente ao longo do tempo. Reavaliações periódicas permitem ajustar o plano de tratamento conforme necessário, garantindo que ele continue adequado às necessidades do paciente.

Em suma, a avaliação funcional é um componente indispensável da fisioterapia, pois assegura um tratamento baseado em evidências, centrado no paciente e orientado para resultados específicos e mensuráveis.

Como fazer a avaliação funcional na fisioterapia

Na avaliação funcional do paciente, os testes de força muscular são essenciais para determinar a capacidade dos músculos de gerar força. Alguns testes são comumente utilizados para a avaliação da força muscular.

O Teste de Força Muscular Manual é o método mais comum e envolve a aplicação de resistência manual pelo avaliador enquanto o paciente realiza uma contração muscular. Normalmente é utilizado em pessoas debilitadas, restritas ao leito ou onde o uso de pesos ou equipamentos ainda é contraindicado em função da condição clínica. A escala varia de 0 a 5, onde 0 indica ausência de contração e 5 indica força normal.

Outra forma de avaliar a força muscular é por dinamometria isométrica, em que o paciente realiza uma contração muscular máxima contra uma resistência fixa, sem movimento articular. Dispositivos como dinamômetros manuais podem ser usados para medir a força em unidades de Newton ou quilogramas.

O Teste de 1 Repetição Máxima (1RM) determina a carga máxima que um músculo pode levantar em uma única repetição, enquanto outros tipos de testes avaliam a força muscular simulando atividades do cotidiano, como o teste de se sentar e levantar 5 vezes ou em 30 segundos. Esses últimos relacionados a risco de queda e sarcopenia entre os idosos.

A flexibilidade é um componente tem relação com a capacidade de movimento e, em determinadas populações, com a prevenção de lesões. O Teste de Sentar e Alcançar (
Sit-and-Reach Test
) é utilizado para avaliar a flexibilidade da cadeia posterior dos membros inferiores e tronco. 

Straight Leg Raise Test é empregado para avaliar a flexibilidade dos músculos isquiotibiais e, indiretamente, da coluna lombar, sendo particularmente relevante em pacientes com dor lombar, pois pode indicar irritação dos nervos da coluna lombosacra ou presença de hérnia de disco.

Testes de equilíbrio, como o
Balance Evaluation Systems Test
(BESTest), abrangem múltiplos sistemas que contribuem para o controle do equilíbrio, incluindo ajustes biomecânicos, limites de estabilidade, ajustes posturais antecipatórios, respostas posturais automáticas, organização sensorial e estabilidade na marcha.

O
Functional Reach Test
(FRT) mede a capacidade de uma pessoa alcançar para frente enquanto está em pé, sem dar um passo, avaliando o equilíbrio dinâmico e prevendo o risco de quedas.

A goniometria é uma técnica utilizada para medir os ângulos de movimento das articulações do corpo. Com o uso de um goniômetro, um dispositivo comumente composto por um braço móvel e um braço fixo unidos por um eixo central, o avaliador pode determinar o grau de flexibilidade e a amplitude de movimento de uma articulação. Este exame é fundamental na fisioterapia para avaliar progressos no tratamento de condições musculoesqueléticas, identificar limitações articulares e desenvolver planos de reabilitação personalizados. A goniometria é comumente utilizada em diversas condições, como artrite, lesões esportivas e recuperação pós-cirúrgica.

Os dados da avaliação funcional podem ser documentados de forma sistemática para garantir precisão e facilitar o acompanhamento do progresso do paciente. O profissional pode utilizar formulários específicos ou em sistemas eletrônicos de prontuários da área da saúde.

Cada teste realizado, como força muscular, flexibilidade, equilíbrio e amplitude de movimento, é descrito detalhadamente, incluindo a metodologia utilizada e os resultados obtidos. Notas adicionais podem incluir observações sobre a postura, a qualidade do movimento e a presença de sintomas, como a dor e sua intensidade. Pode ser usado também gráficos para ilustrar visualmente os dados e apresentá-los ao paciente e até equações de predição.

Equações de predição são fórmulas matemáticas usadas para estimar ou prever o valor de uma variável com base em uma ou mais outras variáveis. Elas são amplamente utilizadas em diversos campos, incluindo a área da saúde. As equações de predição são derivadas de análises estatísticas e modelos de regressão que identificam relações significativas entre as variáveis.

Durante a reabilitação, reavaliações periódicas são registradas para comparar resultados ao longo do tempo e ajustar os planos de tratamento conforme necessário.

Objetivos da avaliação funcional na fisioterapia

A avaliação funcional é um componente essencial na prática fisioterapêutica, permitindo a identificação de déficits e limitações funcionais dos pacientes. Este processo envolve uma análise detalhada de aspectos como força muscular, flexibilidade, equilíbrio e amplitude de movimento, fornecendo uma visão clara das áreas que necessitam de intervenção. Após a identificação das limitações, o fisioterapeuta pode estabelecer metas terapêuticas específicas e mensuráveis.

Essas metas são fundamentais para orientar o plano de tratamento, garantindo que ele seja direcionado para as necessidades individuais do paciente e promovendo a recuperação funcional. O monitoramento da progressão do paciente é outra etapa crucial na avaliação funcional. Reavaliações periódicas são realizadas para medir o progresso em relação às metas estabelecidas, permitindo ajustes no plano de tratamento conforme necessário.

Esse acompanhamento contínuo é vital para assegurar que o paciente esteja progredindo de forma adequada e eficiente. Com base nos dados coletados durante a avaliação e o monitoramento, o fisioterapeuta pode planejar intervenções específicas. Essas intervenções são personalizadas para abordar as limitações identificadas, utilizando técnicas e exercícios apropriados para melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida do paciente.

Em resumo, a avaliação funcional é um processo dinâmico e contínuo que sustenta a prática fisioterapêutica baseada em evidências e centrada no paciente.

Considerações na realização da avaliação funcional

Considerações especiais valem ser ressaltadas na avaliação funcional em pacientes com doença crônica, crianças e idosos a fim de atender às necessidades únicas de cada grupo.

Pacientes com doenças crônicas

Para pacientes com doenças crônicas, como diabetes, doenças cardíacas ou musculoesqueléticas, a avaliação funcional deve focar nas limitações específicas impostas pela condição. É essencial monitorar a progressão da doença e adaptar o plano de tratamento conforme necessário. O objetivo é melhorar a qualidade de vida e a independência funcional, considerando a capacidade de realizar atividades diárias e a necessidade de suporte contínuo.

Crianças

A avaliação funcional em crianças deve levar em conta o estágio de desenvolvimento e o crescimento contínuo. Ferramentas de avaliação apropriadas para a idade são essenciais para medir força, flexibilidade e coordenação. Além disso, é importante envolver a família no processo terapêutico e estabelecer metas que incentivem a participação ativa da criança em atividades lúdicas e educativas que promovam o desenvolvimento motor e cognitivo.

Idosos

Para idosos, a avaliação funcional deve focar na prevenção de quedas, manutenção da mobilidade e independência. Testes de equilíbrio, força muscular e flexibilidade são importantes. É importante considerar a presença de comorbidades e a fragilidade associada ao envelhecimento. Planos de tratamento devem ser adaptados para serem seguros e eficazes, promovendo a atividade física regular e a socialização para melhorar o bem-estar geral.

Em todos os casos, a avaliação funcional deve ser contínua, com reavaliações periódicas para ajustar as intervenções e garantir que os objetivos terapêuticos estejam sendo alcançados.

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