Os pensamentos automáticos (PAs) são cognições rápidas e espontâneas que atuam na fronteira da consciência. A ocorrência de PAs tem influência sobre como os pacientes interpretam e reagem a situações do dia a dia, inviabilizando uma percepção clara da realidade.

Identificá-los pode ajudar na compreensão de quadros psicopatológicos de crianças, adolescentes e adultos. Afinal, os pensamentos automáticos contribuem para o desenvolvimento e manutenção de problemas de comportamento, transtorno obsessivo compulsivo e depressão.

Entretanto, segundo uma revisão dos instrumentos existentes para avaliação dessas cognições no contexto brasileiro, há uma escassez de estudos e instrumentos originais para exame sistemático de pensamentos automáticos, principalmente entre a população mais jovem.

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Terapia cognitiva no controle de pensamentos automáticos

Os pensamentos automáticos são parte de um padrão habitual de pensamentos e acontecem rapidamente em qualquer pessoa. Devido a essas características, geralmente não há consciência da ocorrência do PA, mas, sim, das emoções – como raiva, tristeza, medo – ao qual ele pode estar associado.

A abordagem terapia cognitivo-comportamental (TCC) propõe identificar e modificar os pensamentos automáticos. Entre os métodos utilizados pela TCC para coletar PAs está uma adaptação do Dysfunctional Thought Record (DTR), como explicam os autores de A terapia cognitivo-comportamental baseada em evidências.

Nesse caso, o paciente deve anotar o pensamento, a situação em que ocorreu (data, horário e acontecimento), as emoções associadas e sua escala de intensidade de 0 a 100, além do comportamento ou tendência de ação provocada pelo PA.

Os terapeutas, por sua vez, devem optar por trabalhar sobre os pensamentos negativos conectados com fortes reações emocionais, que estejam ligados a um padrão de resposta comportamental forte, que tenham um alto grau de crenças associadas, e que sejam repetitivos.

Após a identificação, a reestruturação cognitiva pode se valer de três questões gerais para tentar modificar o pensamento negativo ao desenvolver diálogos internos construtivos. São elas:

Quais são as evidências favoráveis e contrárias a esse pensamento?
Quais são as maneiras alternativas de pensar nessa situação?
Quais são as implicações de se pensar desse jeito?

Vale destacar que a utilidade de uma ou outra questão depende da natureza do pensamento, da fase da terapia e do sucesso do paciente com o método. Além disso, elas podem ser parcialmente modificadas para garantir o entendimento do paciente.

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