As arritmias cardíacas causam mais de 320 mil mortes súbitas por ano no Brasil. Um dos problemas mais comuns é a bradicardia (ou bradiarritmia), caracterizada pela frequência cardíaca abaixo dos 60 bpm. Apesar de causar um descompasso, a condição pode ser tanto maligna quanto benigna. O diagnóstico depende de eletrocardiograma e anamnese aprofundada do paciente.

Para identificar a natureza da queda nos batimentos, o médico deve avaliar as causas da desordem. Fatores fisiológicos como reação a medicamentos e o hipotireodismo podem reduzir o ritmo cardíaco de forma temporária. Assim que a causa é tratada ou controlada, a condição desaparece. No entanto, pacientes com doenças cardíacas congênitas podem apresentar danos mais graves ao organismo.

Com a frequência cardíaca reduzida, há menor circulação de sangue e, consequentemente, menos oxigênio nas células. Sinais de alerta como tontura, fraqueza, desmaios e até falta de ar podem indicar complicações em ambas manifestações.

Para manter-se em dia com os avanços da área, conheça o Programa de Atualização em Cardiologia desenvolvido em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Funcionamento da frequência cardíaca

A pulsação do coração é mantida pelo nó sinoatrial. Trata-se de um sistema elétrico que controla os batimentos do músculo. As bradicardias, portanto, são falhas na condução dessas descargas elétricas que deixam o coração mais lento.

Em casos mais graves, como bloqueios atrioventriculares, o distúrbio de condução elétrica pode ser total. Pacientes nesse quadro podem ser elegíveis para implante de marcapasso.

Existem dois tipos de bradicardias:

>> Bradicardia primária: causada por disfunção intrínseca ou lesão no sistema de condução. Lesões cirúrgicas e cardiomiopatias podem causar o dano;

>> Bradicardia secundária: condições como hipotensão e hipotermia, além de hipóxia e uso de betabloqueadores podem desencadear a disfunção.

Avaliação de risco da bradicardia

Ao avaliar o paciente, o médico deve observar fatores como idade e estilo de vida. Em idosos, a doença é mais comum. Mas jovens que fazem uso excessivo de bebidas alcóolicas ou vivem sob constante estresse podem desencadear quadros de bradicardia. A insuficiência cardíaca é um risco para esse público.

Para o diagnóstico assertivo, o médico precisa associar sintomas como tontura, síncope e má perfusão. Em alguns casos, o paciente requer atendimento de urgência e emergência, com monitorização e fonte de oxigênio. Em geral, são pacientes que apresentam sinais de infarto agudo do miocárdio, gerado por um bloqueio que também desencadeia a bradicardia.

A diretriz Bradicardia e Distúrbios de Condução, da American College of Cardiology (ACC) e da American Heart Association (AHA) aponta o eletrocardiograma (ECG) como exame de referência para a identificação da natureza da bradicardia.

As Diretrizes para Avaliação e Tratamento de Pacientes com Arritmias Cardíacas, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), também apontam os ECG para esclarecer os sintomas da disfunção. Para os pacientes não elegíveis ao uso de marcapasso ou que tenham cardiopatia irreversível no nó sinoatrial, tratamentos farmacológicos podem ser uma opção – entre eles teofilina e aminofilina.

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Fisiopatologia das bradicardias: como diagnosticar sinais da disfunção

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