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Locais de aplicação de insulina: orientações de enfermagem para otimização do tratamento

A diabetes mellitus (DM) é um distúrbio metabólico multifatorial, caracterizado por hiperglicemia e alterações no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos, decorrentes de disfunções na secreção ou na ação da insulina. A hiperglicemia pode manifestar-se por sintomas como poliúria, polidipsia e visão turva, ou evoluir para complicações agudas que exigem intervenções em situações de urgência e emergência.

Frequentemente, a DM é subdividida em 4 tipos: DM tipo 1, DM tipo 2, diabetes gestacional e outros tipos específicos, sendo os termos “dependente de insulina” e “não dependente de insulina” atualmente considerados obsoletos.

A DM tipo 1 é uma condição em que ocorre a destruição de células beta do pâncreas, gerando uma deficiência absoluta da secreção de insulina. A DM tipo 2 é uma entidade heterogênea, caracterizada por distúrbios no mecanismo de ação e/ou da secreção da insulina.

O tratamento e o acompanhamento da pessoa com diabetes mellitus (DM) oferecem uma ampla combinação de possibilidades para melhorar a qualidade de vida do paciente. De modo geral, mudanças no estilo de vida são amplamente recomendadas em ambos os tipos de DM. Contudo, o tratamento do DM tipo 1 exige a administração de insulina, enquanto nos outros tipos de diabetes esse hormônio é indicado apenas em casos específicos, com preferência inicial por outros hipoglicemiantes.

Recomendações para aplicação de insulina

  • Inspecionar e palpar o local de aplicação antes de cada injeção de insulina, para detectar alterações na pele e/ou tecido subcutâneo.
  • Não aplicar a insulina em locais com lipohipertrofia até que o tecido se restabeleça, o que pode demorar meses a anos.
  • Ao mudar o local das injeções, é preciso alertar o paciente para possível variação glicêmica, necessitando de monitorização da glicemia intensificada e revisão da prescrição médica.
  • Examinar o local de aplicação e o comprimento da agulha a ser usada para definir a realização ou não da prega subcutânea.
  • A prega subcutânea deve ser feita elevando-se a pele, preferencialmente com dois ou três dedos. A pinça formada pelos dedos deve ser pressionada levemente para não impedir a acomodação da insulina injetada, evitando assim causar desconforto e machucar a pele.
  • Manter a agulha no tecido subcutâneo por alguns segundos após a aplicação de insulina colabora para que toda a dose seja injetada, impede o refluxo de insulina no local da injeção e a saída pela agulha após a retirada.
  • Usando caneta, manter o botão injetor pressionado até a retirada total da agulha do subcutâneo para prevenir refluxo de sangue para o interior do refil reservatório com insulina. No caso de seringa, recomenda-se manter o êmbolo pressionado e a agulha no tecido subcutâneo. O tempo de manutenção da agulha no tecido subcutâneo deve ser revisto sempre que houver saída de insulina após a injeção na ponta da agulha e/ou local da aplicação, podendo ser inferior a dez segundos.

Especialistas recomendam o rodízio dos locais de aplicação de insulina para minimizar a variabilidade glicêmica e prevenir a lipodistrofia. No entanto, alertam que, quando realizado de forma indiscriminada, o rodízio pode causar oscilações na absorção da insulina. Para um planejamento eficaz, é fundamental considerar fatores como o número de aplicações diárias, atividades rotineiras, prática de exercícios físicos e seus horários, além de outros aspectos que influenciam a velocidade de absorção do hormônio.

Locais indicados para administração de insulina

A insulina deve ser aplicada no tecido subcutâneo, uma camada localizada abaixo da nossa pele. Independente do sexo, raça, peso corporal, todos nós temos uma espessura de pele de 2,2 milímetros, em média. Isso quer dizer que praticamente todos os pacientes vão se beneficiar do uso de agulhas entre 4 e 6 milímetros.

Os melhores locais para a aplicação de insulina são barriga, coxa, braço, região da cintura e glúteo.

  • BARRIGA: deve ser aplicada pelo menos a 4 dedos de distância do umbigo.
  • COXAS: deve ser aplicada na região da frente e da lateral externa, 4 dedos acima do joelho e 4 dedos abaixo da virilha.
  • BRAÇOS: deve ser aplicada apenas na região de trás, 4 dedos abaixo da axila e 4 dedos acima do cotovelo.
  • GLÚTEOS: deve ser aplicada apenas na região superior e lateral.

A insulina não deve ser aplicada em áreas com feridas ou veias visíveis e em regiões endurecidas.

Para realizar o rodizio, escolha a região, divida-a em pequenas partes com distância de 2 dedos, formando assim vários pontos para aplicação. Deve-se mudar o ponto a cada aplicação e somente retornar neste ponto após 14 dias, tempo necessário para a cicatrização do ponto.

Possíveis complicações

  • Hematoma:
    pode ser causado pela transfixação de um vaso sanguíneo durante a punção, resultando no sangramento para o tecido subcutâneo; descoloração e tumefação em torno do local da venopunção - CUIDADOS: fazer compressa morna local cerca de 20 minutos 2-3 vezes/dia; elevar o membro; pode ser utilizado creme contendo Polissulfato de Mucopolissacarídeo.
  • Processo inflamatório no local da punção
    : pode ser causado por limpeza insatisfatória; contaminação local com microorganismo patogênico - CUIDADOS: avaliação médica para prescrição de antibióticos sistêmicos e/ou local e curativos.

Nesse processo, o enfermeiro é fundamental para a prevenção, tratamento e acompanhamento das pessoas portadoras de diabetes, incluindo as que fazem a insulinoterapia, pois é o profissional responsável por
orientar e educar o paciente sobre sua condição de saúde, incentivando práticas saudáveis, contribuindo para o seu autocuidado e adesão ao tratamento.