Pequenos episódios de perda de memória podem ser comuns entre pessoas idosas. Levantamentos e estudos na área de neurologia apontam que, em média, 70% dos indivíduos com mais de 60 anos reclama de dificuldades para se recordar de determinadas lembranças.

Esses lapsos, que podem acometer mulheres e homens, são decorrentes da morte de neurônios, um acontecimento que se acentua nessa fase da vida. Trata-se de um processo natural do envelhecimento. A culpa, aqui, é do próprio avanço da idade. Embora sejam frequentes, esses esquecimentos não devem atrapalhar as atividades diárias dos idosos. Mas o que fazer quando a perda de memória se torna uma dificuldade e passa a afetar o dia a dia? E para este e outros temas relacionados com a saúde do idoso, conheça a atualização em Geriatria e Gerontologia desenvolvida pela SBGG.

“Se a perda de memória começa a atrapalhar demais a rotina do idoso, existe a chance de ser o processo inicial de alguma doença degenerativa cerebral, como o Alzheimer”, afirma o geriatra João Senger, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seccional RS (SBGG-RS), em entrevista ao Secad.

Senger explica que, no passado, os geriatras acreditavam que a perda de memória em idosos estava ligada à depressão, à ansiedade e ao estresse. Mas não é só isso. “Nos últimos anos, mudamos esse pensamento porque, de fato, pessoas que se queixam demais de perda de memória acabam tendo uma prevalência maior de doenças degenerativas.”

Medo do Alzheimer e da Perda de Memória

A perda de memória pode ser sintoma do que se chama de comprometimento cognitivo leve (CCL). Ela também atrapalha o cotidiano, ainda que não tire a independência do idoso.

Um indivíduo com CCL eventualmente se enrola em meio a um bate-papo, esquece onde estacionou o carro ou precisa anotar a maioria dos compromissos. Ou seja: apesar dos episódios de falha de memória, ele tem condições de seguir com suas tarefas. Essa é a principal diferença em relação à fase inicial da doença de Alzheimer.

Caracterizado pela atrofia do hipocampo e demais partes do cérebro, o Alzheimer é a patologia relacionada à memória que mais assusta a população. Seus sintomas característicos envolvem perda de memória progressiva e confusão.

Estima-se que o Alzheimer acomete 1% da população mundial aos 65 anos, 10% aos 70 anos e um de cada dois idosos aos 85 anos. Só no Brasil, são registrados aproximadamente 55 mil novos casos de demências todos os anos – a maioria deles decorrentes do Alzheimer.

No entanto, quando a perda de memória no idoso não é provocada pelo surgimento de Alzheimer, as causas podem estar ligadas a depressão ou insônia. Até mesmo a aposentadoria pode influenciar no comprometimento cognitivo da pessoa idosa. Menos ativa, ela começa a depender mais dos familiares, desencadeando vários tipos de doenças. A investigação, nesses casos, precisa considerar aspectos clínicos, sociais, psicológicos e emocionais.

Perda de memória em idosos: sinais que exigem atenção do geriatra

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