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Ultrassonografia obstétrica: cuidados da enfermagem

O pré-natal é essencial para a saúde obstétrica, pois um acompanhamento adequado e de qualidade favorece a minimização de risco e a identificação de possíveis complicações relacionadas à gravidez. Isso proporciona a tomada de conduta em tempo oportuno e a realização dos encaminhamentos ao nível de atenção adequado, conforme às necessidades do binômio.

A avaliação do estado materno e fetal é um processo que envolve a coleta de informações sobre a história de vida da gestante, incluindo aspectos relacionados à saúde pessoal e familiar, contexto social e cultural, bem como detalhes específicos sobre a gestação (número de gestações, filhos vivos, data do último parto, intercorrências obstétricas, duração da amamentação em puerpério anterior, dentre outros).

Essas informações são obtidas por meio da consulta de enfermagem, respaldada pela Resolução Cofen nº 358, de 15 de outubro de 2009.

A consulta de enfermagem avalia as necessidades, identifica problemas de saúde e estabelece um plano de cuidados. Nesse contexto, destaca-se a importância da ultrassonografia obstétrica como uma ferramenta essencial na avaliação contínua da saúde gestacional.

Neste artigo, falaremos mais sobre a ultrassonografia obstétrica e seu uso na consulta de enfermagem.

Ultrassonografia obstétrica pela enfermagem

A ultrassonografia é um método tecnológico amplamente aceito na área da saúde, pois não utiliza radiação ionizante e é não invasivo, o que o torna uma ferramenta dinâmica e segura.

Além disso, esse método pode ser utilizado para orientar procedimentos, sendo considerado uma extensão do exame físico, e é capaz de gerar imagens em tempo real dos órgãos e estruturas do corpo. Como resultado, a ultrassonografia é um recurso fundamental para o diagnóstico e acompanhamento de patologias, bem como em procedimentos terapêuticos.

A utilização da ultrassonografia obstétrica durante a consulta de enfermagem é uma prática regulamentada pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Resolução 627/2020. Essa ferramenta de prática avançada permite criar imagens em tempo real do feto e dos órgãos reprodutivos da mãe.

Esse exame pode ser realizado em diferentes fases da gestação e possui diversas indicações clínicas, como a identificação de anomalias fetais, o acompanhamento do crescimento fetal e a avaliação do colo do útero.

Recentemente, houve um avanço significativo na utilização dessa ferramenta pelo profissional de enfermagem, com a aprovação da Resolução 679/2021, em agosto de 2021.

Essa nova regulamentação permite que o enfermeiro realize ultrassonografias à beira do leito e no ambiente pré-hospitalar.
Essa mudança representa um marco na prática da enfermagem, pois amplia a atuação do profissional de enfermagem, permitindo que ele tenha mais autonomia e possa prestar uma assistência mais completa e efetiva aos pacientes.

De acordo com as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN),
a realização de ultrassonografia obstétrica durante a consulta de enfermagem é uma atividade privativa do profissional enfermeiro
, desde que esteja registrado no Conselho Regional de Enfermagem (COREN) e possua capacitação específica na área.

No entanto,
é proibida a emissão de laudos e a utilização dessa ferramenta para o diagnóstico de doenças pelo enfermeiro.

Em vez disso,
a ultrassonografia deve ser utilizada como uma ferramenta de apoio em procedimentos de maior complexidade dentro dos cuidados de enfermagem
. Essas normas garantem a segurança e a qualidade da assistência prestada aos pacientes, além de assegurar a atuação profissional dentro dos limites de competência de cada área de atuação.

Material necessário para ultrassonografia obstétrica

  1. Aparelho de ultrassonografia.
  2. Luva de procedimento.
  3. Preservativo.
  4. Gel Condutor.
  5. Papel toalha.
  6. Lençol..
  7. Camisola.
  8. Gaze não estéril.
  9. Álcool a 70%.
  10. Espuma detergente e desinfetante.

Procedimento e cuidados de enfermagem

  1. Higienizar as mãos.
  2. Cobrir a maca com lençol limpo.
  3. Receber a paciente, identificando-se com nome e cargo.
  4. Orientar a paciente e o acompanhante quanto ao exame que será realizado.
  5. Orientar a paciente e acompanhante quanto ao uso adequado de máscara cirúrgica.
  6. Encaminhar a paciente ao banheiro para o esvaziamento da bexiga.
  7. Solicitar que a paciente retire sua peça íntima e vista a camisola.
  8. Posicionar a paciente em decúbito dorsal.
  9. Aplicar gel condutor no abdômen da paciente.
  10. Garantir a privacidade da paciente cobrindo a parte inferior da pelve com um lençol.
  11. Retirar, após o exame, o excesso de gel condutor do abdômen da paciente com papel toalha.
  12. Auxiliar, após o exame, a paciente a se levantar da maca.
  13. Encaminhar a paciente para o banheiro para que retire a camisola e se vista.
  14. Retirar o lençol da maca.
  15. Realizar a desinfecção da maca com álcool a 70%.
  16. Retirar e desprezar luvas de procedimento.
  17. Realizar higienização das mãos.

Antes das 14 semanas

  • Avaliar se é uma gestação intrauterina ou ectópica.
  • Avaliar vitalidade embrionária, através dos batimentos cardíacos do embrião.
  • Verificar o número de embriões.
  • Avaliar o tamanho e a idade gestacional através do comprimento cabeça-nádega (CCN);
  • Identificar a vesícula vitelínica.
  • Avaliar a implantação do saco gestacional.
  • Anotar todas as imagens com descrição adequada no instrumento de registro de ultrassonografia em anexo.

Após as 14 semanas

  • Realizar a varredura inicial com o aparelho de ultrassonografia.
  • Verificar número de fetos.
  • Verificar a posição fetal.
  • Verificar o Batimento Cardíaco Fetal (BCF).
  • Verificar Diâmetro Biparietal (DBP).
  • Verificar circunferência cefálica.
  • Verificar Circunferência Abdominal (CA).
  • Verificar Comprimento do Fêmur (CF).
  • Avaliar o líquido amniótico e mensuração.
  • Avaliar posição da placenta.
  • Identificar a idade gestacional (datação).
  • Anotar todas as imagens com descrição adequada no instrumento de registro de ultrassonografia em anexo.

A recomendação do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016) é de que os exames de imagem respeitem as idades gestacionais preconizadas, inclusive é mais fidedigno um cálculo de Data Provável do Parto antes das 24 semanas, por isso é tido como ideal.

  • Ultrassonografia precoce (< de 24 semanas);
  • Ultrassonografia morfológica (entre 20ª e 24ª semanas);
  • Ultrassonografia tardia (após 24 semanas).

A realização de ultrassonografia obstétrica durante a consulta de enfermagem mostra-se uma estratégia efetiva para aprimorar a assistência, possibilitando a identificação precoce de alterações no desenvolvimento fetal e a promoção de orientações adequadas para as gestantes,
além de fortalecer o vínculo entre mão e enfermeira durante o pré-natal.