Calendário de Vacinação 2025: atualizações para enfermeiros

A vacinação é reconhecida como a estratégia mais eficaz para proteger a saúde da população e fortalecer uma sociedade saudável e resistente. Além de prevenir doenças graves, a imunização contribui para reduzir a disseminação de agentes infecciosos na comunidade, protegendo aqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde. A política de vacinação é responsabilidade do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
Estabelecido em 1973, o PNI desempenha um papel fundamental na promoção da saúde da população brasileira. Por meio do programa, o governo federal disponibiliza gratuitamente, no Sistema Único de Saúde, diversos imunobiológicos, entre vacinas, soros e imunoglobulinas. Essas vacinas são ofertadas para todos os ciclos de vida conforme o calendário nacional de vacinação, e também com suas indicações para grupos com condições clínicas especiais. Devido ao grande volume de dados vacinais, as informações são apresentadas por ano e mês de vacinação, contendo cerca de 60 variáveis a serem disponibilizadas em formato aberto, em planilhas.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) coordena a política de vacinação da população brasileira por meio da instituição do Calendário Nacional de Vacinação, da aquisição e distribuição de imunobiológicos e da definição de estratégias de vacinação para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.
O profissional da enfermagem tem papel transformador em ações de conscientização e educação em saúde. Além da aplicação e prescrição dos imunobiológicos, do correto armazenamento e distribuição e do acompanhamento dos efeitos adversos, o enfermeiro atua na investigação epidemiológica das doenças, orientação das famílias, busca ativa de crianças com vacina em atraso, estabelecimento de parcerias com instituições da comunidade, como escolas e associações de moradores, supervisiona os técnicos e estagiários e coordena ações de assistência à saúde.
De acordo com o PNI, é de responsabilidade da equipe de enfermagem a capacitação do profissional da sala de vacina no que diz respeito ao acolhimento da criança, desde a vacina a ser administrada até as suas condições de uso (mantidas na temperatura de +2ºC a +8ºC), dentro das suas normas. Deve ser feito o cuidado em enfermagem com o paciente em que será administrada a vacina, assumindo-se o compromisso da execução correta do que foi preconizado pelo PNI e, consequentemente, pelas diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde). Colocar isso em prática é o verdadeiro saber-fazer cuidar da enfermagem. O enfoque da imunização deve estar centrado nesse tipo de orientação e despertar, no profissional envolvido nesta área, o interesse pela dinâmica de ações centralizadas nesta assistência.
É relevante a atuação do enfermeiro em todas as ações de uma sala de vacina, onde, além das suas atribuições citadas acima, deve fazer a elaboração do arquivo de cartão espelho, o qual tem o controle das doses administradas na rotina diária, garantindo assim a eficácia de uma possível busca ativa aos faltosos. Também é de competência do enfermeiro, por meio do seu conhecimento científico, a capacitação não somente para a vacinação e aplicadores de vacinas, mas, sim, de profissionais conscientes de que estão cuidando da saúde e da sobrevivência de milhões e milhões de cidadãos.
Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação para 2025
Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – VIP
As duas doses de reforço com vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) foram substituídas por uma dose de vacina inativada poliomielite (VIP) aos 15 meses de idade, de modo que o esquema vacinal contra a doença é exclusivo com VIP.
Vacina rotavírus humano G1P[8] - vacina rota
Foi ampliada a faixa etária para administração das duas doses da vacina rotavírus humano G1P[8] (vacina rota) em crianças. A primeira dose é indicada para os dois meses de idade e pode ser aplicada até os 11 meses e 29 dias. A segunda dose é aos quatro meses e pode ser administrada até os 23 meses e 29 dias de vida (1 ano, 11 meses e 29 dias). O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias.
Vacina Covid-19
As vacinas COVID-19 atualmente fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação para crianças a partir de 6 meses até menores de 5 anos de idade, idosos e gestantes, e estão recomendadas para pessoas a partir de 5 anos de idade que fazem parte do grupo especial, sendo eles: pessoas vivendo em instituições de longa permanência; pessoas imunocomprometidas; indígenas; ribeirinhos; quilombolas; puérperas; trabalhadores de saúde; pessoas com deficiência permanente; pessoas com comorbidades; pessoas privadas de liberdade; funcionários do sistema de privação de liberdade; adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas; e pessoas em situação de rua.
À população entre 5 e 59 anos de idade, sem vacinação prévia, está recomendada a aplicação de 1 dose da vacina. Estão disponíveis as vacinas Moderna (Spikevax), Pfizer (Comirnaty) e Serum/Zalika, sendo esta última recomendada apenas para pessoas a partir de 12 anos de idade.

Vacina influenza sazonal (Gripe)
A vacina influenza, a partir do ano corrente, passa a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação para crianças a partir de 6 meses até menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias), idosos com 60 anos ou mais e gestantes. A vacinação contra a influenza também ocorrerá na estratégia especial para os seguintes grupos: puérperas, povos indígenas, quilombolas, trabalhadores da saúde, professores das escolas públicas e privadas, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, pessoas com deficiência permanente, profissionais das forças de segurança e salvamento e das forças armadas, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.
O impacto da atualização do calendário na prática da enfermagem
Na rotina do enfermeiro da atenção básica, todas as atualizações do Programa Nacional de Imunizações refletem em capacitação para toda a equipe, mostrando as mudanças e estabelecendo estratégias para sua divulgação, busca ativa para atualização de caderneta, quando aplicável, supervisão para garantir que as atualizações estão sendo seguidas na sala de vacinas e registro de tudo para fins epidemiológicos.