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Cateter vesical de demora: justificativa para inserção e manutenção

cateterismo vesical de demora
 é um procedimento amplamente utilizado na prática clínica, sendo de suma importância ao tratamento de diversas patologias. Pode ser dividido em duas classes principais: cateter vesical de demora (CVD), relacionado a uma longa permanência no trato urinário e cateter vesical de alívio (CVA), que se refere a retirada do cateter após o esvaziamento da bexiga.

Geralmente são inseridos em pacientes com dificuldades ou impossibilidade de urinar espontaneamente. Trata-se de uma técnica invasiva que consiste na introdução de uma sonda através do meato uretral até a bexiga visando a da retirada de urina.

Estima-se que cerca de 20% a 50% dos pacientes hospitalizados são 
submetidos à cateterização vesical
. De fato, esse dispositivo é uma ferramenta muito importante na assistência à saúde.

Diversos estudos apontam que quando há um registro médico de pedido de inserção no prontuário, maior é a probabilidade de o cateter ter sido adequadamente indicado. Desta forma, espera-se que todos os pacientes em uso de cateter vesical de demora tenham seu pedido de inserção registrado e a sua manutenção justificada diariamente em prontuário.

Autora:
 Thamires Goulart Lambranho de Azevedo.
 Enfermeira Graduanda em Enfermagem e Obstetrícia pela EEAN/UFRJ. Membro do Grupo de Pesquisa e Extensão em Segurança e Sustentabilidade em Saúde – GPESEG.

Matheus Kirton.
 Enfermeiro. Mestrando da EEAN-UFRJ. Membro do Grupo de Pesquisa e Extensão em Segurança e Sustentabilidade em Saúde – GPESEG.

Sendo assim, de acordo com a última atualização do Guideline for Prevention of Catheter-Associated Urinary Tract Infections (2009), as indicações recomendadas para o uso de CVD são:

• Pacientes com retenção urinária aguda ou obstrução urinária;• Necessidade de medir com precisão o débito urinário em pacientes críticos;• Uso perioperatório para procedimentos cirúrgicos selecionados (somente quando necessário e não, rotineiramente);• Auxiliar na cicatrização de feridas sacrais ou perineais abertas em pacientes incontinentes;• Para pacientes que necessitem de imobilização prolongada (por exemplo, lesões traumáticas múltiplas, como fraturas pélvicas);• Para melhorar o conforto para cuidados no fim da vida, se necessário.

Quando o cateter vesical de demora é utilizado no período pós-operatório, com pouquíssimas exceções, sua permanência não deveria ultrapassar 24-48 horas. Diversos estudos demonstram que o benefício passa a ser ultrapassado pelo risco de infecção do trato urinário, visto que este é mais um dispositivo invasivo acoplado ao paciente recém-operado.

Além disso, algumas pesquisas indicam que cerca de 38% dos médicos podem desconhecer que o seu paciente está sondado e isso contribui para que o CVD seja mantido além do tempo necessário. O uso inadequado deste dispositivo associa-se a maiores taxas de infecção do trato urinário e maior tempo de internação hospitalar.

Desta forma, espera-se que a equipe de enfermagem registre adequadamente quem inseriu o dispositivo, se houve intercorrências durante a passagem, material utilizado, data em que foi inserido, os cuidados de enfermagem prestados, assim como o questionamento diário da necessidade de permanência do CVD.

O enfermeiro ganha força nos cuidados referentes ao cateter vesical de demora na prática assistencial, pois faz parte de sua competência profissional a inserção, manutenção e manejo deste dispositivo. Logo, este deve estar à frente da equipe multiprofissional de forma a evitar a inserção de cateteres desnecessários e a manutenção destes por tempo excessivo, uma vez que a duração da cateterização é o fator de risco mais relevante para a ocorrência de infecção do trato urinário.

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