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Como a fisioterapia auxilia pacientes com disfunção da articulação temporomandibular

A articulação temporomandibular (ATM) é uma das estruturas mais utilizadas pelo corpo humano. Estima-se que a ATM realize mais de 2 mil movimentos por dia, incluindo mastigações e o abrir e fechar da boca. Por conta de seu intenso uso e de sua complexa dinâmica funcional, a disfunção na articulação temporomandibular (DTM) é frequente. Ela origina dores craniofaciais, além de movimentos estereotipados.

Indivíduos com a condição costumam apresentar quadro álgico muscular e articular, diminuição da amplitude bucal, cefaleia e estalos articulares. As causas das disfunções ainda não estão bem definidas. Até o momento, o diagnóstico tem sido relacionado a altos níveis de estresse, hábitos dos pacientes – como morder as bochechas e mastigar canetas –, malformação dentária e fatores genéticos.

Segundo pesquisas da Universidade de Passo Fundo (UPF), do Rio Grande do Sul, e da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), 40% da população global apresentará algum sintoma de disfunção da articulação temporomandibular ao longo da vida. Curiosamente, a condição se manifesta mais entre mulheres, especialmente a partir dos 40 anos.

A fisioterapia, quando aliada à odontologia, é capaz de reduzir a inflamação e a dor local, além de reeducar o músculo e a articulação para reduzir alterações de movimento.

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Entenda como a intervenção fisioterapêutica pode beneficiar pacientes nessa situação:

Intervenção fisioterapêutica na disfunção da articulação temporomandibular

O objetivo maior do fisioterapeuta deve ser o alívio dos sintomas e o reestabelecimento da função normal do aparelho mastigatório. Para alcançar melhores resultados, o profissional pode elaborar um plano fisioterapêutico prevendo, em média, dez sessões – sempre com práticas alternadas.

Segundo artigo publicado por pesquisadores da UPF e da Udesc na revista científica Dor, em 2017, a primeira etapa do tratamento deve ser voltada à correção das atividades parafuncionais, ou seja, dos hábitos diários do paciente que comprometem a ATM. Nessa fase, a pessoa precisa passar por avaliação odontológica para correção de possíveis desvios. Com essa hipótese eliminada, o fisioterapeuta fica livre pra focar no abandono de comportamentos como roer unhas, morder canetas e lápis, cerrar ou ranger os dentes.

Para reduzir os sinais inflamatórios como dor e edema, o fisioterapeuta pode recorrer ao ultrassom de crioterapia local ou pulsátil, ao laser e à neuro-estimulação elétrica transcutânea (TENS). Com a regressão do quadro álgico, passa-se ao relaxamento muscular, empregando técnicas de alongamento passivo e ativo, massoterapia e calor.

Conforme o paciente evolui, é analisada a possibilidade iniciar a reeducação muscular, devolvendo a mobilidade da região. Nessa etapa, empregam-se as técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), utilizando estímulos de estiramento inicial seguidos de movimentos funcionais com resistência.

De acordo com o grupo de pesquisadores, um atendimento fisioterapêutico de dez sessões é capaz de diminuir os sintomas de dor e inchaço, além de aumentar a elasticidade das fibras musculares locais, estimular a propriocepção e impulsionar a produção do líquido sinovial da ATM. Na maior parte dos casos, o prognóstico é positivo, e os pacientes alcançam resultados satisfatórios apenas com acompanhamento odontológico e fisioterapêutico.

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