Como elaborar um estudo de caso na enfermagem
Analisar os desafios da atuação em enfermagem é central para identificar o que merece atenção, suporte e recursos. Embora as próprias experiências sejam úteis ao desenvolvimento do conhecimento essenciais à tomada de decisões, a troca de saberes é ainda mais importante. Isso geralmente acontece por meio de debate e do estudo de caso.
O modelo de trabalho acadêmico busca se aprofundar nos problemas e nas necessidades do paciente, família e comunidade. Depois de finalizado, pode ser publicado em repositórios acadêmicos ou em revistas, auxiliando o processo de
educação permanente
e da
prática baseada em evidências
dos profissionais da área analisada.
A elaboração de um estudo de caso demanda dedicação, atenção a detalhes, precisão e mergulho no tema, como em qualquer outro material acadêmico. Um
roteiro
formulado pelo Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Universidade de São Paulo (USP) é um exemplo sobre de elaboração e apresentação de estudos de casos clínicos.
Passo a passo da elaboração de um estudo de caso
O primeiro passo do roteiro para um estudo de caso é escolher um assunto relevante. Isso pode ser feito na rotina de trabalho do profissional de enfermagem, independentemente da área de atuação –
emergência
,
neurologia
,
forense
etc.
Para garantir o maior proveito das visitas às áreas abordadas no roteiro da USP, os alunos-pesquisadores devem portar bloco de anotações, caneta, estetoscópio, esfigmomanômetro, fita métrica, lanterna clínica, régua, relógio de pulso com contagem de segundos e termômetro.
Durante as visitas, o ideal é que cada grupo de prática seja acompanhado por um docente ou profissional de enfermagem especialista. Eles poderão identificar e indicar pacientes para a aplicação do estudo. Quando as pessoas forem selecionadas, os pesquisadores devem entrevistá-los, fazer exame físico e checar os dados no prontuário.
Com isso, terão informações úteis para a análise de caso, o que inclui:
- Dados sociodemográficos;
- Motivo da internação, diagnóstico e tratamento que os pacientes vêm recebendo;
- Exames clínicos e seus resultados;
- Condição psíquica (atenção, memória, fluxo e conteúdo do pensamento, humor e expressões emocionais);
- Hábitos (sono, alimentação e funcionamento intestinal e vesical);
- Relação entre diagnóstico e informações coletadas.
Tais dados devem ser apresentados aos colegas, proporcionando a troca de conhecimentos e experiências e a oportunidade de levantar outras hipóteses sobre o caso analisado. Por fim, é definido o diagnóstico do paciente, o objetivo em sua recuperação e eventuais intervenções. Além do planejamento das ações necessárias para desenvolver o estudo de caso, com a definição dos fundamentos teóricos.
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