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Diagnóstico de trabalho de parto: atuação da enfermagem

A participação da enfermagem no processo de parto é uma tradição milenar que evoluiu ao longo dos anos, culminando na especialidade de Obstetrícia. Atualmente, os profissionais de enfermagem especializados nessa área desempenham um papel fundamental no cuidado da gestante, abrangendo desde o pré-parto até o pós-parto.

A Campanha Nursing Now (2019) considerou o enfermeiro como peça fundamental para atingir as metas de saúde. Estudos mostram que desde 1990 os países que inseriram as enfermeiras obstétricas na assistência ao parto obtiveram uma redução de 2 - 5% ao ano nas mortes maternas. Além disso, cerca de 83% dos óbitos maternos e fetais podem ser evitados por essas profissionais. 

Neste artigo, falaremos mais sobre o papel da enfermagem no diagnóstico de trabalho de parto. Confira!

Sinais de trabalho de parto

O início do trabalho de parto normalmente acontece entre 37 e 42 semanas de idade gestacional. É caracterizado por contrações uterinas irregulares que aumentam de frequência e intensidade. 

Dessa forma, o diagnóstico de trabalho de parto é realizado por meio da observação dos seguintes sinais: 

  • contrações dolorosas, rítmicas (no mínimo, 2 em 10 min), que se estendem a todo o útero e têm duração de 50 a 60s;
  • doze contrações por hora (2/10 min) é sinal importante de trabalho de parto verdadeiro ou iminente;
  • a fase ativa do parto pode não ter se iniciado com 5 cm de dilatação em multíparas e até com dilatação maior em nulíparas;
  • formação da bolsa das águas;
  • perda do tampão mucoso, denunciando o apagamento do colo.

Os 4 períodos do parto

O parto é o momento final da gravidez. O corpo da mulher se prepara para expulsão do feto e da placenta. Esse momento envolve alguns períodos: 

  • 1º período (dilatação);
  • 2º período (expulsivo); 
  • 3º período (dequitação da placenta);
  • e 4º período (período de Greenberg). 

FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE

1° período

No primeiro período, ocorre a dilatação e o apagamento da cérvice uterina. Ele é subdivido em três momentos.

  • Fase latente:
     contrações regulares de intensidade leve a moderada, intervalo de 10 a 15 minutos entre cada uma e duração de 15 a 20s. Nessa fase, há dilatação até 4 cm.
  • Fase ativa:
     contrações fortes e vigorosas, a duração aumenta para 30 a 45s com dilatação de 8 cm. Ocorre a descida do feto.
  • Fase de transição: a dilatação chega a 10 cm e as contrações passam a ser mais longas, com 60 a 90s.

2° período

No segundo período, ocorre a expulsão do feto. Esse período também é subdividido em duas etapas.

  • Fase inicial ou passiva: dilatação total do colo sem sensação de puxos involuntários ou cabeça do feto ainda alta na pelve.
  • Fase ativa: colo totalmente dilatado com a cabeça do bebê visível e contrações de expulsão.

A duração desta fase varia entre primíparas e multíparas: de 0,5 a 2,5 horas para primíparas sem epidural, e de 1 a 3 horas com epidural. Para multíparas, a fase costuma durar 1 hora sem epidural e 2 horas com epidural.

3° período

O terceiro período clínico do parto consiste na dequitação da placenta. Ela começa com o nascimento do bebê e termina com a descida da placenta. Deve-se considerar o prolongamento dessa fase se, após 30 minutos de nascimento do bebê, a dequitação não ocorrer. O mecanismo de descolamento e saída é classificado em: 

  • Baudeloque Schultze: face fetal, em forma de guarda-chuva invertido, primeiro a placenta e depois o sangue.
  • Baudeloque Duncan: face materna, em forma de bola revestida por membranas, primeiro o sangue e depois a placenta.

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4° período

O quarto período clínico do parto, conhecido como período de Greenberg, abrange a primeira hora após a dequitação da placenta, estendendo-se, conforme alguns autores, até a primeira hora pós-parto. Este é um intervalo de extrema importância, pois é durante essa fase que o risco de hemorragia é mais elevado.

Esse período possui quatro acontecimentos muito importantes: 

  • Miotamponagem: 
    primeira linha de defesa contra hemorragias, o útero se contrai e pode ser palpado entre o púbis e a cicatriz umbilical.
  • Trombotamponagem: segunda linha de defesa contra hemorragias, formação de trombos nos grandes vasos uteroplacentários, constituindo um hematoma uterino que recobre toda a ferida placentária.
  • Indiferença uterina: o útero apresenta fases de contração e relaxamento, ocorre maior risco de extravasamento de sangue na cavidade uterina. Conhecido por útero apático.
  • Contração uterina fixa: conhecido como “Globo de Segurança de Pinard”, manifesta-se geralmente após 1 hora, momento em que o útero adquire maior tônus e mantém essa contração constante.

Essas são as fases do trabalho de parto normal. É importante reconhecer todas elas para que seja perceptível algo fora da normalidade. 

O parto é um momento muito importante para o binômio. Assim, deve ser acompanhado dentro dos princípios de humanização, sempre promovendo conforto e segurança para a mãe e o bebê.

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