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Como prestar assistência a pacientes epiléticos

Síndrome oriunda de neurônios disfuncionais, a epilepsia traz riscos ao portador, podendo causar inclusive morte prematura. Na enfermagem, os cuidados perante a síndrome devem compreender os aspectos científicos e integrar um olhar humanizado.

Diante de uma crise epilética generalizada, os cuidados devem ser redobrados, uma vez que o paciente pode se lesionar no decorrer do evento. Estima-se que três em cada quatro pacientes epiléticos em países de baixa renda não contam com o devido tratamento. O dado é do relatório 
Epilepsy, a public health imperative
, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019.  A epilepsia atinge cerca de 50 milhões de indivíduos mundo afora, o que engloba pessoas de todas as faixas etárias, sendo que os picos se dão entre crianças e idosos com mais de 60 anos. Seus efeitos abalam o ambiente social, profissional e psicológico do indivíduo, além de levar a traumas cognitivos e neurológicos.

Nesse contexto, o profissional de enfermagem precisa interpretar e atender a pessoa atenta a todos esses detalhes, tendo sempre em vista a singularidade de casa paciente.

Como identificar possíveis crises de pacientes epiléticos

Primeiramente, é fundamental analisar se a crise está sendo focal, quando o ponto epileptogênico é restrito a uma região cerebral, ou se é generalizada. As generalizadas são conhecidas como:

>>Crise de ausência;>>Crises mioclônicas;>>Crises atônicas;>>Crises tônicas;>>Crises clônicas;>>Crises tônico-clônicas.

Tomando-se as devidas precauções, é possível 
ajudar um paciente epilético
 impedindo contusões, aspiração e obstrução das vias aéreas.  Antes, no entanto, é necessário precaver as crises diante de informações obtidas no histórico do indivíduo. Para tanto, deve-se analisar o tipo de crise que o paciente já teve, se ele está ciente do fato que a desencadeou e verificar quando ocorreu a mais recente.

O enfermeiro também exerce papel significativo em relação à perspectiva de mudança do quadro discriminatório e estigmatizado que sofre a epilepsia. 
“O estigma associado à epilepsia é um dos principais fatores que impedem as pessoas de procurar tratamento”
, afirma Martin Brodie, residente do Bureau Internacional para a Epilepsia.

Crise convulsiva: primeiros cuidados

O socorro da enfermagem durante uma crise convulsiva deve ser alicerçado nas alterações fisiológicas do paciente. Ou seja, a avaliação consiste em averiguar a sequência dos itens ABCDE. São eles:

  • A: atendimento das vias áreas e controle de coluna cervical;
  • B: análise da respiração;
  • C: avaliação da circulação;
  • D: conferir incapacidades;
  • E: analisar a exposição da vítima e controlar o ambiente.
  • Observar se vias aéreas encontram-se desobstruídas;
  • Remover prótese dentária ou outro objeto que possa ser considerado de risco para obstrução da via aérea. Aqui, é preciso atenção para jamais colocar os dedos na boca do paciente, pois em caso de nova crise ele poderá morder, devido ao enrijecimento do maxilar inferior;
  • Manter o paciente em decúbito dorsal com a cabeça do paciente lateralizada, sem forçar excessivamente qualquer posição;
  • Manter via aérea desobstruída;
  • Aspirar vias aéreas se necessário;
  • Limpar secreções salivares;
  • Aferir sinais vitais.

É necessário, também, auxiliar o paciente a manter uma vida sempre saudável, recomendando seguir uma dieta balanceada, evitar picos de estresse, consumo de álcool e noites em claro. Dentro de tais recomendações, é importante atentar que todas essas orientações devem respeitar as particularidades de cada indivíduo.

Assim, além de atuar junto ao paciente nas crises epiléticas, o enfermeiro age também no esclarecimento de dúvidas, mostrando-se sempre compreensivo, independentemente da fase de descoberta da doença.

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