Insônia: o que os médicos precisam saber sobre diferentes causas e tipos

Três em cada quatro latino-americanos sofrem com distúrbios relacionados ao sono. Entre esses problemas, a insônia é o transtorno mais comum, afetando entre 30% e 40% das pessoas em algum momento da vida. O tratamento da insônia depende, em especial, da mudança de hábitos. Em casos persistentes, entretanto, é necessário empregar medicação, o que exige atenção redobrada por conta dos riscos atrelados a muitos fármacos.
As noites mal dormidas afetam não apenas o descanso, mas também o bem-estar cognitivo. Quando o indivíduo dorme, suas memórias se transformam, deixando de ser temporárias e transformando-se em duradouras. “Alguns elementos são responsáveis por isso, tais como as fases do sono e os neurotransmissores cerebrais envolvidos”, explica a neurologista Andrea Bacelar, presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS), em entrevista à Revista SONO.
Dormir bem garante, também, o melhor funcionamento da memória declarativa. O ato fortalece o armazenamento e a retenção de novas informações (como fatos e conteúdos estudados), além de otimizar processos internos do cérebro (como associações de dados, dedução e criação de ideias).
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Causas
A dificuldade para dormir ou permanecer dormindo tem origem multifatorial. Consideram-se aqui aspectos físicos, psicológicos e sociais. Mas a relação causa-consequência entre a insônia e a ocorrência de transtornos psiquiátricos (como ansiedade e depressão) ainda não é clara – pois compartilham sintomas como fadiga, cansaço e falta de foco.
A insônia pode ocorrer isoladamente ou decorrer de fatores ambientais. Entre eles, destaque para o uso de estimulantes, hiperestimulação sensorial durante a noite ou até mesmo o uso de um colchão ruim. Além disso, deve-se considerar a influência de dor crônica, consumo de medicamentos e trabalho em turnos alternados ou não habituais.
A disfunção, no entanto, é mais comum entre mulheres no climatério (fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo), por conta das alterações hormonais e emocionais naturais desse processo.
Idosos também estão entre os mais afetados. Em especial, aposentados, inativos e viúvos. “Esse público apresenta alterações comportamentais, hábitos inadequados e alterações do ritmo circadiano”, explica o neurologista Luciano Ribeiro. Ritmo circadiano é o nome que se dá ao período de aproximadamente 24 horas no qual se baseia o ciclo biológico dos seres vivos.
Tipos de insônia
Aguda: é a dificuldade em dormir que dura até três semanas e é provocada por algum acontecimento recente que cause estresse. É o caso, por exemplo, do falecimento de uma pessoa próxima ou de problemas no trabalho;
Crônica: é mais comum em pacientes de faixas etárias mais avançadas. Ocorre várias vezes em um período de, no mínimo, dois anos, e dura pelo menos três dias. Por ter causas mais complexas, demanda uma abordagem clínica sistematizada, além de diagnóstico e tratamento precoces.
Para além da clássica classificação de leve, moderada e grave, dentro de cada tipo de insônia há cinco variações. É o que concluiu um estudo recente do Instituto de Neurociência da Holanda. A constatação toma como base diferentes reações a estímulos ambientais, de acordo com a análise de eletroencefalogramas, sintomas e respostas ao tratamento. Confira:
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