Os transtornos alimentares afetam 4,7% da população brasileira – índice que chega à casa dos 10% entre os jovens –, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os principais problemas está o transtorno da compulsão alimentar (TCA), distúrbio cuja origem pode ser genética, hereditária, psicológica ou social.

Pessoas com esse tipo de desordem apresentam inadequações no comportamento alimentar e reproduzem crenças equivocadas sobre a alimentação. Em geral, o quadro leva à carência nutricional, que deve ser reparada pela orientação de um profissional da área de nutrição.

Tratamentos para Transtorno da Compulsão Alimentar

Por ser uma psicopatologia, o TCA está ligado a sentimentos como angústia, vergonha, nojo e culpa. Daí a necessidade de o nutricionista atuar em conjunto com uma equipe multidisciplinar focada na modificação dos hábitos de consumo, no padrão e no comportamento alimentar do paciente.

O comedor compulsivo costuma apresentar ao menos duas características: a subjetiva, marcada pela sensação de perda de controle; e a objetiva, baseada na quantidade exacerbada do consumo alimentar. Partindo desse ponto, o tratamento se desmembra entre educacional e experimental.

O primeiro ato do nutricionista é fazer uma anamnese, levantando os hábitos alimentares e o histórico do transtorno. Além da avaliação de peso e altura da pessoa, é importante investigar as restrições apresentadas e saber se o indivíduo possui alguma crença nutricional. Só assim é possível compreender melhor sua relação com a comida.

A educação nutricional, na fase introdutória, requer o ensino de conceitos sobre o que é alimentação saudável e quais são as funções e as fontes de cada nutriente. Já na etapa experimental trabalha-se com maior intensidade a relação do paciente com os alimentos e o seu pr óprio organismo, direcionando-o a identificar os significados que o corpo e a alimentação têm.

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Competências do nutricionista no TCA

O profissional de nutrição que trabalha com transtornos alimentares deve apresentar competências e habilidades que nem sempre estão ligadas à sua formação. É o caso, por exemplo, de munir-se de conhecimentos da psicologia e de suas técnicas como a terapia cognitivo-comportamental (TCC). Para o bom desfecho clínico, é fundamental a criação de um vínculo estreito com a pessoa, para que ela se sinta confiante, confortável e em segurança.

Um dos princípios do tratamento nutricional de transtornos alimentares é a criação de um diário alimentar. A anotação regular facilita o gerenciamento pelo próprio paciente. Com ela, o comedor compulsivo registra aspectos como: alimentos ingeridos, quantidade, horários, ocorrência das compulsões e purgações, companhias durante as refeições, sentimentos atrelados ao momento da alimentação e ainda dá uma nota para dimensionar a fome antes de comer. Essas anotações ajudam a criar maior consciência sobre o problema e fazem com que o indivíduo pratique constantemente a disciplina e o autocontrole.

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