O MAIOR ECOSSISTEMA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO BRASIL

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Cuidado ao idoso com doenças crônicas

As transformações sociais e econômicas das últimas décadas e suas consequentes alterações nos estilos de vida das sociedades contemporâneas – mudanças dos hábitos alimentares (aumento no consumo de alimentos industrializados), mudanças no formato de trabalho, aumento do sedentarismo e do estresse – e a maior expectativa de vida da população colaboraram para o aumento da incidência das doenças crônicas, principalmente na população idosa.

A hipertensão arterial sistêmica (HAS), o Diabetes Mellitus (DM) e a incontinência urinária estão entre as condições mais frequentes na população idosa.

Cabe ao profissional enfermeiro no processo do cuidar participar ativamente da prevenção de danos e do acompanhamento dessas doenças na população idosa, por meio do reconhecimento de hábitos que aumentam o risco de agravamento da doença; no reconhecimento de sinais e sintomas; orientação e educação quanto às doenças, ao autocuidado e às mudanças no estilo de vida; controle e tratamento de tais patologias.

Hipertensão arterial sistêmica

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define hipertensão arterial sistêmica como:

“Uma doença caracterizada por uma elevação crônica da pressão arterial sistólica e/ou pressão arterial diastólica” para um valor de pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, segundo a Diretriz HAS 2021.

A HAS é de causa multifatorial: associada a fatores genéticos, ambientais e sociais. Consistindo assim no principal fator de risco para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal crônica (DRC) e morte prematura.

O tratamento frequentemente contempla o uso de anti-hipertensivos, aliado a adoção de um estilo de vida saudável, que inclui, entre outras medidas, a prática de atividades físicas, alimentação balanceada, cessação do tabagismo e redução do consumo de bebida alcoólica.

É importante construir junto ao paciente e ao cuidador tal terapêutica, visando a garantir qualidade de vida ao idoso.

A respeito da medicação, escolher junto ao profissional médico e ao paciente o melhor horário para administração, visto que alguns medicamentos são diuréticos, aumentando a quantidade de idas ao banheiro (não administrar durante à noite, por exemplo, evitando que o idoso se levante sonolento para ir ao banheiro e caia).

Outros cuidados relacionados a essa doença crônica são:

  • Incentivar a prática de exercício físico, ainda que com curtas caminhadas e alongamentos do corpo;
  • Diminuir a ingestão de alimentos processados;
  • Diminuir a quantidade de sal nas refeições
  • Incentivar o consumo de alimentos naturais como legumes, verduras e frutas;
  • Garantir ingestão adequada de água diariamente;
  • Educar quanto aos malefícios do cigarro e do consumo de álcool para portadores de doenças crônicas, incentivando a participação em grupos terapêuticos com a finalidade de acompanhar esses pacientes específicos, ajudando-os a cessar o tabagismo e a reduzir o consumo de álcool.

Diabetes mellitus

É uma doença metabólica crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz, caracterizando hiperglicemia associada a complicações e disfunções.

O DM também é prevalente em idosos e apresenta alta morbimortalidade, com significativa interferência na qualidade de vida. É uma das principais causas de mortalidade, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular. A Sociedade Brasileira de Diabetes considera a glicemia normal em jejum até 100 mg/dl.

Há 3 tipos de Diabetes:

1. Diabetes tipo 1

Aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticada em adultos também. Quando o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta e pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia.

Este tipo de diabetes sempre é tratado com insulina, medicamentos, reeducação alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.

Concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com essa doença crônica.

2. Diabetes tipo 2

Aparece geralmente no final da fase adulta, mas crianças também podem apresentar. É quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2.

Dependendo da gravidade, ela pode ser controlada com atividade física e planejamento alimentar. Em alguns casos pode ser necessário o uso de medicamentos e insulina.

3. Diabetes gestacional

Aumento do nível de glicose no sangue durante a gestação devido a mudanças hormonais.

Cabe ao enfermeiro atuar:

  • No rastreamento de idosos com diabetes;
  • Na educação em saúde;
  • Na orientação quanto a um estilo de vida mais saudável, incluindo a prática de exercícios e dieta adequada;
  • Na redução de riscos de complicações como glaucoma, pé diabético, alterações cardiovasculares, entre outros.

Assim como na hipertensão, no diabetes o cuidado vai além de hipoglicemiantes. Para que o idoso possa vivenciar um novo estilo de vida mais saudável, com exercícios físicos e alimentação balanceada, o cuidado deve se estender para toda a família, assim como a conscientização sobre a doença e o acompanhamento nutricional, visto que a alimentação está diretamente relacionada aos níveis glicêmicos.

Vale salientar que tanto para DM como para HAS o cuidado é contínuo e, quando necessário, deve-se encaminhar o idoso para os serviços de especialidade.