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Emergências pediátricas: contribuições do enfermeiro

Os acidentes infantis têm se tornado um problema de saúde pública, decorrente do número crescente de casos. 

Durante a primeira infância, a criança está imersa em um estágio crucial de exploração e evolução, abrangendo aspectos físicos, motores, intelectuais e emocionais. Este período é marcado por descobertas significativas, no entanto, também se revela como uma fase de vulnerabilidade, uma vez que a criança ainda não atingiu seu pleno desenvolvimento. 

Portanto, é imperativo dispensar cuidado e atenção constante para mitigar os perigos externos e prevenir acidentes que possam comprometer a saúde da criança.

Neste artigo, trazemos algumas considerações importantes sobre emergências pediátricas sob viés da enfermagem. Confira!

Urgência e emergência pediátrica: o papel da enfermagem

O atendimento em urgência e emergência pediátrica visa a proteção das principais funções vitais do indivíduo, sempre no intuito de salvar a vida. A enfermeira é responsável pelo primeiro contato com a criança classificando o risco e instituindo os primeiros atendimentos. 

É importante ressaltar que, no contexto médico, a urgência é caracterizada por uma situação que demanda atendimento rápido em um prazo de até três horas. Por outro lado, a emergência refere-se a uma condição em que existe risco de vida iminente, demandando tratamento imediato, suporte e uma equipe preparada para realizar os procedimentos necessários

Os sinais e sintomas mais atendidos no pronto atendimento infantil são: tosse; dispneia; diarreia e vômitos; mal-estar; dor abdominal; cefaleia; convulsões e problemas em ouvidos. São as principais causas de atendimento, internamento hospitalar e até mesmo óbito.

Portanto, o entendimento aprofundado da fisiologia e patologia das alterações mais comuns torna-se crucial para estabelecer prioridades conforme cada caso. Essa compreensão é fundamental para a realização da classificação de risco, na qual a enfermeira assume o papel de avaliar clinicamente as situações fisiopatológicas, cirúrgicas e psicossociais da criança. 

Isso é especialmente necessário devido à diversidade de problemas que podem surgir no contexto do serviço de urgência. O discernimento clínico da enfermeira desempenha um papel central na identificação e atendimento adequado das necessidades emergenciais da criança, garantindo uma abordagem integral e eficaz diante da complexidade dos casos apresentados.

Acolhimento e classificação de risco pediátrico

O atendimento da criança no acolhimento e classificação de risco pediátrico inclui entrevista e exame físico, baseado nos sinais/sintomas identificados. 

A enfermeira realiza a classificação de risco da criança utilizando um protocolo que contempla quatro níveis distintos, cada um associado a uma cor específica. Esses níveis e cores são essenciais para determinar a prioridade de atendimento, conforme descrito a seguir:

  • Vermelha (Prioridade 0): indica uma situação de emergência, exigindo atendimento imediato. Essa categoria é reservada para casos de maior gravidade, em que há risco de vida iminente.
  • Amarela (Prioridade 1): sinaliza uma situação de urgência, demandando atendimento em até 15 minutos. Essa prioridade é atribuída a casos que, embora não sejam emergências imediatas, necessitam de atenção rápida.
  • Verde (Prioridade 2): designa uma urgência menor ou não urgência, com atendimento previsto em até 30 minutos. Este nível é reservado para situações que, embora demandem cuidados, não apresentam risco de vida imediato.
  • Azul (Prioridade 3): reservado para consultas de baixa complexidade, essa prioridade implica em atendimento por ordem de chegada em até três horas. Casos nesta categoria são considerados menos urgentes, permitindo uma abordagem mais flexível no tempo de atendimento.

Nesse contexto, é indispensável saber os parâmetros dos sinais vitais considerados normais para cada faixa etária, além de ouvir com atenção o relato da criança ou de seu acompanhante. Isso é essencial para identificar qualquer anormalidade ou risco de forma segura e para acalmar a família, evitando intercorrências.

A equipe de enfermagem desempenha um papel crucial na garantia da segurança do paciente, para isso, é imperativo:

  • conhecer as políticas da unidade de saúde;
  • seguir guidelines e protocolos pediátricos;
  • contar com coordenação médica e de enfermagem eficiente;
  • pesar o paciente;
  • ter conhecimento sobre medicações;
  • saber manusear de equipamentos pediátricos;
  • contar com disponibilidade de equipamentos adequados.

A assistência realizada pelo profissional de enfermagem aos pacientes pediátricos demanda cuidados técnicos, de caráter objetivo e subjetivo, de modo a compreender a excentricidade, a particularidade e a maneira de expressão de afeto dessa criança. 

É de suma importância que, diante de um quadro emergencial, em que há risco de morte, a construção de um plano de cuidados de enfermagem contenha toda a assistência fundamental para a conservação da vida, além de proporcionar atenção ao acompanhante, que por vez pode ser um de seus familiares.

Em algumas situações, faz-se necessário o uso de instrumentos como brinquedos, papel e lápis, música ou o que for necessário para conseguir a atenção e construir algum vínculo com a criança. Isso pode ser essencial para formar uma relação de confiança entre o profissional e o paciente, facilitando os procedimentos que poderão ser necessários. 

De modo geral, a assistência destinada aos pacientes em situações de emergência exige do profissional um cuidado técnico e emocional. Contudo, sendo o atendimento prestado ao público infantil, como nas emergências pediátricas, os padrões de exigência desse profissional se tornam ainda maiores, além da necessidade de estabelecer um vínculo de confiança entre ambas as partes.

Quando crianças ingressam nos serviços de urgência e emergência, muitas vezes encontram-se em situações agudas ou de extrema gravidade, com risco iminente de morte. Nesse contexto, é imperativo realizar intervenções imediatas, dada a urgência desses casos.

Esses locais apresentam uma considerável variabilidade na prestação de cuidados, tornando essencial garantir manobras de estabilização da vida. Esse cuidado emergencial não apenas busca preservar a vida da criança na própria unidade, mas também visa possibilitar a continuidade e integralidade do atendimento em outros níveis assistenciais, sempre que necessário. Essa abordagem holística é fundamental para assegurar que a criança receba assistência contínua e apropriada, independentemente do estágio ou gravidade do quadro clínico apresentado.

Para isso, é necessário manter a calma, estar seguro do que se está fazendo, sempre comunicar a equipe, registrar tudo em prontuário e solicitar ajuda de outros profissionais quando necessário. Esses passos garantem um cuidado humanizado e eficaz.

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