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Saúde 5.0 e enfermagem: integração entre tecnologia e humanização

As tecnologias digitais transformaram os paradigmas da assistência de enfermagem, evoluindo de cuidados predominantemente tradicionais para os chamados “cuidados inteligentes de enfermagem”. 

Cabe mencionar que a palavra inteligente refere-se a incorporação das tecnologias digitais no cotidiano dos serviços de saúde e da enfermagem. O objetivo é facilitar os processos e a atuação dos profissionais para a reação, interação e ação frente às demandas do cenário da saúde.

Cuidados inteligentes de enfermagem conectam os diferentes atores envolvidos no processo, tais como os profissionais da enfermagem, os demais profissionais da saúde, serviços de saúde, operadoras de saúde, pacientes e familiares/cuidadores. 

Isso é possível através de tecnologias como a inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT), computação em nuvem, blockchain, tecnologia 5G e internet das coisas médicas (IoMT), entre outras.

No cenário das evoluções e transformações tecnológicas, a saúde, de forma semelhante à indústria automobilística, passou por várias gerações, desde o sistema de Saúde 1.0 até o sistema inteligente de saúde, conceito conhecido como Saúde 5.0. 

Neste artigo, falaremos mais sobre o impacto da tecnologia na saúde, com foco no campo de enfermagem, e apresentaremos o conceito de Saúde 5.0 e suas implicações. Confira!

Retropectiva: Saúde 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0

No período entre 1970 e 1990, prevaleceu o conceito de Saúde 1.0. Durante essa fase, os dados e informações de saúde dos pacientes eram registrados manualmente em consultas, exames, diagnósticos e tratamentos.

Entretanto, ao longo do tempo, essa abordagem de registro mostrou sinais de desgaste, principalmente devido ao alto risco associado à privacidade e confidencialidade do paciente. Para abordar essas questões, evoluímos para a Saúde 2.0, também conhecida como e-Health, entre 1991 e 2005.

A criação e o desenvolvimento de tecnologias digitais transformaram significativamente o cenário da saúde, aprimorando a captura, acessibilidade e compartilhamento de dados. Na era da Saúde 2.0, surgiram dispositivos avançados, como a digitalização de exames de imagem (ressonância magnética e tomografia computadorizada), dispositivos de rastreamento digital (como oxímetros de pulso e linhas arteriais) e equipamentos cirúrgicos e de suporte à vida (como o robô da Vinci).

Com o impactante avanço tecnológico na área da saúde, a telessaúde e os registros eletrônicos de saúde foram incorporados ao contexto da Saúde 2.0 entre 2006 e 2015, evoluindo para a Saúde 3.0.

A contribuição dos registros eletrônicos para os profissionais da saúde, possibilitando o acesso, análise e compartilhamento de dados em tempo real, é inegável. No entanto, a segurança no mundo digital nem sempre foi tão robusta como é hoje, demandando esforços significativos ao longo do caminho.

Para atingir o nível atual de segurança cibernética, as tecnologias digitais emergentes, aliadas à inteligência artificial, começaram a ser desenvolvidas em 2016 e continuam a evoluir incansavelmente até os dias atuais.

Assim, a evolução para a Saúde 4.0 caracteriza-se por fornecer serviços de saúde centrados no paciente, por meio de cuidados inteligentes, cuidados conectados e assistência personalizada.

Atualmente, setor da saúde está evoluindo em direção à Saúde 5.0, considerada uma era complexa, especialmente devido à inclusão de controle e detecção inteligente de doenças, atendimento virtual, gestão inteligente em saúde, monitoramento em tempo real e tomada de decisão baseada em inteligência artificial, entre outros aspectos.

Apesar de avançarmos em direção à Saúde 5.0, permanecemos em uma era tecnológica onde muitos dispositivos carecem de reconhecimento emocional e personalização nos atendimentos.

Este cenário reforça a necessidade de integrar a tecnologia ao cuidado humano, afastando a ideia de uma substituição completa por robôs. 

É crucial reconhecer que a adoção de tecnologias digitais emergentes é inevitável, mas é igualmente vital garantir a integração de elementos humanos na tecnologia do cuidado, a fim de evitar a desumanização da saúde.

Dessa forma, a partir deste ponto, iremos explorar a transição da Saúde 4.0 para a Saúde 5.0 e os impactos resultantes nos serviços de saúde, na enfermagem e na assistência prestada aos pacientes.

A transição da saúde 4.0 para a saúde 5.0 e as mudanças percebidas

A Saúde 4.0 marcou-se por um notável progresso impulsionado pelas tecnologias digitais nos serviços oferecidos, especialmente no diagnóstico por imagem e no rastreamento e monitoramento das condições de saúde da população.

Esta fase também enfatizou o desempenho resiliente dos sistemas de saúde, destacando sua capacidade adaptativa para lidar com a complexidade das situações cotidianas no cenário da saúde.

A introdução de tecnologias digitais inovadoras na Saúde 4.0 possibilitou a personalização em tempo real dos cuidados de saúde, melhorando a comunicação entre os diversos participantes do ecossistema da saúde. Esse avanço facilitou a disseminação de informações e conhecimento compartilhado, reduzindo falhas de comunicação que frequentemente causam problemas, especialmente na prática da enfermagem.

A digitalização da saúde não apenas proporcionou maior segurança e qualidade na coleta, processamento e análise de dados, mas também fortaleceu a tomada de decisões, conferindo um respaldo significativo aos enfermeiros que adotaram essas estratégias em sua atuação profissional.

Apesar dos benefícios trazidos por essas ferramentas digitais, uma observação importante surgiu com relação à sua incorporação: a ausência de emoção e sentimentos. 

Reconhecemos que as conexões humanas são essenciais, e a falta de interação interpessoal levantou questionamentos sobre a Saúde 4.0, que, apesar de seu foco expressivo em tecnologia e inovação, negligenciou a humanização e conectividade das pessoas, dando menos ênfase à conexão emocional do que à tecnológica.

É inegável que, com a integração da tecnologia nas profissões de saúde, a Saúde 4.0 emergiu. 

Agora, a Saúde 5.0 traz ainda mais inovações, centralizando o paciente no processo e integrando tecnologia, inovação e humanização. A iniciativa da Saúde 5.0 busca posicionar o paciente como o grande protagonista, aproximando-o cada vez mais dos profissionais e serviços de saúde que o atendem.

Outro destaque na Saúde 5.0 é a tomada de decisões baseada em dados, permitindo que os profissionais pensem criticamente sobre suas condutas com base em informações precisas e seguras, refletindo nos resultados alcançados.

Nessa perspectiva, os enfermeiros podem, por meio da sistematização da assistência de enfermagem e aplicabilidade do processo de enfermagem, incorporar os princípios da Saúde 5.0 em sua prática diária.

Transformar informações em condutas eficazes não é tarefa simples. Para obter sucesso, é essencial que todas as informações coletadas e armazenadas sejam processadas cuidadosamente, mantendo-se precisas, seguras e em conformidade com as exigências legais.

Além da conectividade, a abordagem da Saúde 5.0 destaca a importância de priorizar o paciente como o núcleo do processo. Nessa nova visão da saúde, o paciente deixa de ser apenas um receptor de recomendações e torna-se um agente ativo na busca por seu próprio bem-estar.

Para promover a saúde do paciente, é necessário centralizá-lo no processo, o que pode exigir uma mudança cultural e uma escuta ativa dos profissionais de saúde envolvidos. O paciente, trabalhando em conjunto com os agentes de saúde, identifica as melhores práticas para melhorar sua qualidade de vida. 

Apesar dos desafios, os benefícios para o paciente são inúmeros, contribuindo para sua fidelização, pois ele se sente valorizado e comprometido com sua própria saúde.

Em resumo, uma conquista significativa para todas as partes envolvidas!

Considerações finais

A Saúde 5.0 trouxe a possibilidade de tornar a aproximação, a conectividade e o diálogo entre pacientes, serviços e profissionais da saúde mais eficazes e menos confusos. A grande diferença está, principalmente, na promoção da conectividade, garantindo um sistema de saúde mais ágil e eficiente.

O resultado é a conquista de serviços de saúde e profissionais mais estratégicos, o que permite investimentos mais assertivos em todas as etapas da jornada de saúde do paciente.

Assim, podemos compreender e replicar que a combinação de tecnologias, dados e conectividade está impactando precisamente na realidade dos serviços e profissionais da saúde, inclusive da enfermagem. 

Dessa forma, a Saúde 5.0 pode ser defendida como uma excelente estratégia para a aproximação, integração e atuação conjunta da tecnologia e das pessoas.

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