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Quais são os cuidados da enfermagem para pacientes com doenças cardiovasculares?

As doenças não transmissíveis correspondem a um problema de saúde pública global, mais grave nos países em desenvolvimento. Dentre as condições crônicas, as doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de morte no mundo (Global Burden of Diseases, 2018), em especial pela doença cardíaca isquêmica e pelo acidente vascular encefálico.

As doenças cardiovasculares correspondem a um leque de patologias que representam uma preocupação global pela sua prevalência e elevada morbimortalidade. As pessoas que apresentam sinais e sintomas de DCV necessitam de cuidado e assistência o mais rápido possível, pois o tempo resposta está diretamente relacionado com a minimização do dano e na redução da morbimortalidade associada a este evento.

As doenças cardíacas possuem relação direta com os fatores de risco cardiovasculares: dislipidemia; hipertensão arterial sistémica; hiperglicemia; tabagismo; diabetes; obesidade; e sedentarismo. Alguns desses fatores, os modificáveis, são traduzidos pelos hábitos de vida. Assim, é consenso que grande parte das doenças cardiovasculares pode ser prevenida ou ter a sua evolução controlada por meio da abordagem de fatores comportamentais relacionados com a saúde.

Com vista à redução dos fatores de risco cardiovasculares, intervenções em saúde baseadas em teoria podem ser implementadas por meio da consulta ou atendimento de enfermagem.

Tendo em vista a relevância epidemiológica das DCV para a saúde global, nota-se que o cuidado às pessoas que são acometidas por tais doenças e agravamentos constituem um desígnio representativo do trabalho do enfermeiro, tanto no planejamento como na realização das ações envolvidas no processo saúde/doença/cuidado.

Entretanto, torna-se necessário conhecer as expectativas das pessoas com doença cardiovascular quanto ao acompanhamento da doença, o que poderá suscitar reflexões sobre esta ação do enfermeiro, contribuindo para a prática do cuidado de enfermagem de forma participativa, ética, resolutiva e efetiva.

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), juntamente com a Diabetes Mellitus (DM), compõem a primeira causa de hospitalizações no sistema público de saúde e são os principais fatores de risco para as DCV, podendo inferir que de 60 a 80% dos casos podem e devem ser tratados na Atenção Primária de Saúde.

O rastreamento e controle dessas comorbidades com consultas regulares para acompanhamento, incentivo à prática de atividade física supervisionada e incentivo e promoção de alimentação saudável, dentro da possibilidade de cada indivíduo, podem diminuir significativamente a ocorrência de complicações.

No que se refere às doenças cardiovasculares,
as ações de enfermagem desenvolvidas durante atendimento envolvem principalmente estratégias para mudança de comportamentos em saúde sob diversos aspetos.
Os aspetos clínicos estão relacionados com as mudanças no estilo de vida e nos hábitos da rotina, que incluem adesão à terapia medicamentosa, redução do consumo de sal e de açúcar, adoção de práticas alimentares saudáveis, realização de atividade física supervisionada, cessação do tabagismo e controle do stress e do sono. Os aspectos de promoção de saúde envolvem a realização de atividades coletivas e de convivência, o fortalecimento de redes de apoio comunitárias e ações interdisciplinares individuais ou em grupos.

Considera-se cuidado cardiovascular seguro aquele realizado pelos enfermeiros a um indivíduo ou comunidade com necessidades de promoção, manutenção, monitorização ou restauração da saúde cardiovascular, para maximizar os resultados de saúde e reduzir os riscos de danos desnecessários a um mínimo aceitável.

A Reabilitação Cardiovascular como Norteadora do Cuidado aos Pacientes Cardíacos

Reabilitar significa habilitar novamente para o desempenho das tarefas antes realizadas e para as quais as habilidades foram independentemente perdidas. Requer esforço de profissionais capacitados e da própria pessoa que está se reabilitando.

A Reabilitação Cardiovascular (RCV) envolve a implementação de intervenções dirigidas à pessoa, família e comunidade, após o evento cardiovascular, com vistas à reabilitação física, social, psicológica e espiritual, por meio da mudança de estímulos ou fortalecimento dos processos adaptativos.

No âmbito da Reabilitação Cardiovascular (RCV), a Organização Mundial da Saúde (OMS) denomina como sendo o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatias as melhores condições física, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva.

Nesse sentido, tendo em vista que a educação de pacientes é também reconhecida como um componente essencial para RCV, destaca-se a importância desta atividade ser implementada por equipes multidisciplinares, ressaltando o papel do enfermeiro como participante ativo, devido sua função preventiva de adoecimento e promotora de saúde.

Portanto, a RCV é uma terapêutica indispensável no tratamento de doenças cardiovasculares, a qual envolve a colaboração dinâmica, participativa e ativa entre o paciente, a família e a equipe multiprofissional. Neste sentido, o enfermeiro tem papel essencial, especialmente como educador, subsidiando os usuários na obtenção de melhores condições de vida, integração social e na conquista da independência para as atividades da vida diária.

Para o cuidado de enfermagem em RCV, é necessário o desenvolvimento de atividades que orientem e estimulem os envolvidos no processo, a fim de tornar o paciente autônomo e capacitado para suprir suas necessidades básicas e realizar suas atividades de vida diária. Essas atividades envolvem: acompanhamento qualificado, processo educativo com orientações e aconselhamentos, acompanhamento de resultados e reavaliações constantes.

Estudos ressaltam que os principais componentes da RCV são: treinamento físico, aconselhamento psicológico, educação em saúde, foco na prevenção secundária e controle de fatores de risco de longo prazo. Incluindo uma série de serviços contínuos como a avaliação médica, a prescrição de exercício e modificação de fatores de risco, intervindo com processos de promoção de saúde, aconselhamentos e implementação de intervenções que buscam a modificação para um estilo de vida saudável.

Entre os pacientes que necessitam de reabilitação cardiovascular (RCV), aqueles que sofreram um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) são os mais comuns. Além dos eventos agudos, procedimentos cirúrgicos cardíacos e um alto índice de doenças cardiovasculares precedem a RCV, exigindo um planejamento cuidadoso das ações a serem realizadas. Esse planejamento coletivo maximiza os efeitos do processo.

Eventos cardíacos agudos, como o IAM e a insuficiência cardíaca, além de procedimentos cirúrgicos relacionados às artérias intracoronariana e coronária, bem como cirurgias valvares, são frequentes entre esses pacientes.

Diante do exposto, percebe-se que o enfermeiro pode atuar na prevenção e acompanhamento de doenças cardiovasculares no âmbito da Atenção Primária ou ambulatorial, promovendo estilo de vida saudável. Já na atenção hospitalar e pós situações agudas causadas por doenças cardiovasculares, o enfermeiro pode atuar na reabilitação desses indivíduos, promovendo autonomia e gestão do cuidado.

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