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Telenfermagem: vantagens, desafios e aplicações práticas

A telessaúde se define pelo uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC) para oferecer serviços de saúde à distância. Embora tenha se expandido em diversas áreas profissionais, foi na medicina que seus princípios foram inicialmente incorporados. Dessa forma, surgiu a telemedicina, uma prática médica realizada de forma remota, que depende das TIC para seu funcionamento. Esse modelo exige uma infraestrutura específica, como uma estação central equipada com médicos que atendem pacientes à distância, garantindo o cuidado à saúde sem a necessidade de forma remota.

A partir da telessaúde e da telemedicina, surgiram diversos conceitos relacionados, como a telenfermagem. Esse termo é definido pelo uso de tecnologias para a prestação de cuidados de enfermagem à distância, permitindo que os profissionais de enfermagem realizem o acompanhamento e o cuidado de pacientes de forma remota.

Neste artigo, conheceremos mais sobre este conceito e suas aplicações práticas.

Telenfermagem no Brasil

No Brasil, a Telenfermagem foi aprovada inicialmente em março de 2020 pela Resolução COFEN nº 634/2020, em caráter emergencial, para autorizar a realização de consultas de enfermagem à distância durante a pandemia de Covid-19. Com o fim desse período crítico, surgiu a necessidade de uma regulamentação definitiva para essa modalidade de atendimento. Como resultado, foi aprovada a Resolução COFEN nº 696/2022, posteriormente alterada pelas Resoluções COFEN nº 707/2022 e 713/2023, que normatizam a atuação da enfermagem na Saúde Digital, estabelecendo diretrizes para a prática da Telenfermagem.

A Telenfermagem engloba atividades como Consulta de Enfermagem, Interconsulta, Consultoria, Monitoramento, Educação em Saúde e Acolhimento da Demanda Espontânea, mediadas por tecnologias de informação e comunicação (TIC). Esses serviços podem ser realizados por meio de recursos audiovisuais e de dados que permitem a interação à distância, tanto de forma síncrona quanto assíncrona, entre enfermeiro e paciente. O enfermeiro, ao atuar como promotor e educador em saúde, precisa se capacitar no uso dessas tecnologias, visando à otimização de custos, melhor aproveitamento do tempo e maior eficácia na assistência, gestão e ensino, sustentados pela incorporação das TIC no cuidado de enfermagem.

Apesar dos avanços na aplicação das TIC na prática de enfermagem, muitos profissionais ainda enfrentam desafios em compreender a Telenfermagem como uma modalidade de cuidado. Em alguns casos, há desconhecimento sobre o conceito e as potencialidades dessa prática.

Aplicações práticas da telenfermagem

Embora a tecnologia altere o meio de prestação dos cuidados de enfermagem e exija novas competências relacionadas ao seu uso, o processo de enfermagem e o escopo da prática permanecem inalterados na telenfermagem.

O enfermeiro continua realizando a avaliação, planejamento, intervenção e reavaliação dos resultados da assistência, utilizando tanto tecnologias low-tech, como telefones, quanto high-tech, como computadores, videoconferências, internet e equipamentos de telemonitoramento. Mais recentemente, ferramentas de comunicação, como Instagram, WhatsApp e Telegram, têm sido incorporadas para dar continuidade ao atendimento e garantir a prestação de serviços de forma contínua.

Entre as principais vantagens dessa modalidade de cuidado, destacam-se a ampliação da cobertura de saúde para regiões de difícil acesso e a redução de custos operacionais, permitindo uma assistência mais eficiente e acessível.

Desafios e vantagens da telenfermagem

A telenfermagem enfrenta como principal desafio a capacitação no uso de novas tecnologias, tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes. Esse obstáculo é ainda maior quando se considera o público-alvo, composto por idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade social, que muitas vezes não têm acesso a dispositivos tecnológicos ou não possuem conhecimento técnico para utilizá-los.

Para atuar na telenfermagem, os profissionais de enfermagem precisam entender as implicações do desenvolvimento, implementação e avaliação de tecnologias digitais na assistência à saúde. As competências necessárias para essa prática devem seguir rigorosos princípios éticos e legais, respeitando a confidencialidade e privacidade dos dados dos pacientes, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) — Lei nº 13.709 de 14 de agosto de 2018. Essa lei regulamenta o tratamento de dados pessoais, inclusive no ambiente digital, por pessoas físicas ou jurídicas, com o objetivo de proteger direitos fundamentais, como a liberdade, a privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade.

Como grande vantagem, a telenfermagem tem se mostrado uma solução eficiente para superar barreiras geográficas. Estudos internacionais destacam seu potencial para melhorar o acesso aos cuidados de saúde, especialmente em áreas remotas, ampliando a cobertura assistencial. Por meio da telenfermagem, enfermeiros conseguem fornecer cuidados imediatos e contínuos a distância, permitindo o monitoramento constante dos pacientes e evitando o agravamento de condições de saúde.

Na prática da saúde digital, a interação dos enfermeiros com os pacientes coloca o indivíduo no centro do cuidado, promovendo uma participação mais ativa no autocuidado e no gerenciamento compartilhado da saúde. A saúde digital também facilita o acesso a dados de saúde, a especialistas e estabelecimentos, reduzindo custos operacionais e financeiros, tanto para o sistema quanto para o paciente, e possibilitando um monitoramento mais eficiente.

Evidências mostram que a telessaúde e a telenfermagem oferecem benefícios como a redução do tempo de atendimento, diminuição dos custos com deslocamento de pacientes e profissionais, e melhoria na qualidade assistencial. Além disso, a troca de informações clínicas entre profissionais de saúde pode aumentar a efetividade dos cuidados, melhorar a qualidade do atendimento e reduzir custos operacionais.

No Brasil, a telenfermagem tem se consolidado principalmente no setor privado, através de planos de saúde que oferecem consultas de enfermagem à distância. Essas consultas permitem identificar agravos clínicos para encaminhamento a especialistas, acompanhar pacientes no pós-operatório, promover educação em saúde para doentes crônicos e gestantes, e orientar pacientes com demandas espontâneas.

A amplitude de práticas de enfermagem no teleatendimento abrange diversas funções e cenários de atenção à saúde. Por isso, é essencial que os profissionais de enfermagem estejam familiarizados com a regulamentação, garantindo que os serviços sejam prestados de acordo com as normas legislativas do Código de Ética. Isso assegura a segurança da prática profissional e a confidencialidade das informações obtidas durante a teleconsulta, preservando o sigilo dos dados de saúde dos pacientes.

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