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Tipos de pisada: quais são e como impactam a fisiologia osteoarticular?

A análise da pisada é um exame que avalia o modo como os pés interagem com o solo durante a caminhada ou corrida. Essa avaliação é fundamental para identificar padrões de movimento, como pisada pronada (quando o pé gira excessivamente para dentro), supinada (quando o pé gira para fora) ou neutra (quando o pé mantém um alinhamento correto).

Através de tecnologias, como plataformas de pressão ou sistemas de filmagem, é possível obter informações detalhadas sobre a distribuição de peso e os pontos de impacto dos pés. A importância da análise da pisada está relacionada à prevenção e tratamento de diversas condições musculoesqueléticas.

Alterações no padrão de pisada podem sobrecarregar articulações, tendões e músculos, aumentando o risco de lesões, como fascite plantar, tendinite e problemas no joelho. Além disso, o exame é essencial para a prescrição adequada de calçados ou palmilhas ortopédicas personalizadas, que podem corrigir esses desvios e melhorar a performance física.

Para atletas ou pessoas que realizam atividades físicas regularmente, a análise da pisada também ajuda a otimizar o rendimento, prevenindo desconfortos e lesões, promovendo uma prática mais segura e eficiente.

Tipos de pisada

A pisada refere-se à forma como o pé toca o solo durante a marcha ou corrida, e ela pode ser classificada em três tipos principais:

  • pronada;
  • neutra;
  • e supinada.

Essas variações influenciam o alinhamento do corpo e podem ter impacto sobre a biomecânica do movimento e a saúde musculoesquelética.

Pisada pronada

Caracteriza-se pelo excesso de rotação do pé para dentro. Isso ocorre quando o arco do pé é mais baixo, resultando em um colapso medial do pé durante o contato com o solo. Indivíduos com pisada pronada geralmente têm maior sobrecarga nas estruturas internas, como joelhos e tornozelos, o que pode aumentar o risco de lesões, como fasceíte plantar e síndrome do estresse tibial medial.

Pisada neutra

Considerada a forma mais equilibrada de distribuição de peso durante a marcha. Nessa pisada, o pé toca o solo com o lado externo do calcanhar e faz uma rotação moderada para dentro, distribuindo adequadamente o impacto. Esse tipo de pisada é ideal para absorver os choques, reduzindo a sobrecarga em articulações e músculos.

Pisada supinada

Caracteriza-se pela rotação insuficiente do pé para dentro, resultando em um deslocamento excessivo para a parte externa do pé. Indivíduos com pisada supinada tendem a ter arcos mais altos, o que pode levar a maior rigidez nas articulações e menor capacidade de absorção de impacto, aumentando o risco de lesões como entorses de tornozelo.

As diferenças anatômicas e biomecânicas entre esses tipos de pisada afetam a postura e o padrão de marcha, exigindo intervenções específicas, como palmilhas personalizadas e exercícios corretivos, para evitar lesões e otimizar a performance.

Impacto dos tipos de pisada na fisiologia osteoarticular

A relação entre o tipo de pisada e lesões comuns, como fascite plantar e tendinite, pode estar ligada à biomecânica do movimento e à distribuição de forças durante a marcha. De acordo com os tipos de pisada, existem alterações biomecânicas que favorecem as disfunções.

Na pisada pronada, há uma rotação excessiva do pé para dentro, o que pode sobrecarregar a fáscia plantar e os tendões do tornozelo, levando a condições como fascite plantar e tendinite do tendão de Aquiles.

Já na pisada supinada, o pé tende a rolar para fora, resultando em menor absorção de impacto, o que pode predispor a lesões como tendinite nos músculos fibulares e estiramentos musculares. A distribuição inadequada de forças articulares pode afetar a postura e o alinhamento corporal.

Na pisada pronada, por exemplo, há um aumento do estresse sobre as articulações do tornozelo, joelhos e quadris, provocando compensações que podem resultar em desalinhamentos posturais. Isso pode gerar dores lombares e alterações no alinhamento da coluna.

Por outro lado, a pisada supinada coloca maior pressão nas articulações laterais do corpo, o que pode aumentar o risco de entorses e dores articulares crônicas. A avaliação e correção do tipo de pisada são importantes estratégias na prevenção de lesões e melhora do alinhamento corporal, garantindo uma distribuição mais equilibrada das forças articulares durante a movimentação.

Avaliação fisioterapêutica da pisada

A avaliação fisioterapêutica é a etapa inicial de um processo de prevenção e/ou reabilitação. Permite identificar disfunções biomecânicas e posturais, permitindo a elaboração de um plano de tratamento eficaz.

Entre os métodos mais utilizados, destacam-se a análise postural, testes de flexibilidade, avaliação da força muscular, amplitude de movimento e observação da marcha. Ferramentas como goniômetros, dinamômetros e softwares de análise de movimento ajudam a obter medidas precisas, complementando a observação clínica.

A realização de exames complementares, como radiografias e ressonâncias, também pode ser necessária em alguns casos. A importância de um diagnóstico preciso não pode ser subestimado. O diagnóstico inadequado pode levar à aplicação de intervenções incorretas, prolongando o tempo de reabilitação e aumentando o risco de recorrência ou agravamento de lesões.

Portanto, uma avaliação detalhada permite identificar as causas subjacentes das queixas do paciente, sejam elas alterações posturais, desequilíbrios musculares ou padrões inadequados de movimento. As abordagens preventivas, por sua vez, incluem educação postural, exercícios de fortalecimento e alongamento muscular, além de orientações para o dia a dia.

A correção postural envolve intervenções que visam restaurar o alinhamento correto do corpo, minimizando sobrecargas em estruturas específicas, como articulações e músculos, e prevenindo dores e lesões. Essas estratégias são fundamentais para manter o equilíbrio corporal, melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes.

Intervenções fisioterapêuticas

O uso de palmilhas e órteses é uma abordagem amplamente utilizada na reabilitação física para corrigir alterações biomecânicas e promover alívio de dor. Essas intervenções têm como objetivo melhorar o alinhamento postural e a distribuição de cargas sobre as articulações, proporcionando suporte adequado durante atividades cotidianas.

Palmilhas personalizadas são indicadas para corrigir desequilíbrios nos pés, como pisada pronada ou supinada, enquanto órteses são usadas para estabilizar articulações, corrigir deformidades e prevenir lesões, especialmente em casos de instabilidade ou fraqueza muscular.

A reeducação funcional, por sua vez, é um processo que visa restaurar a função do movimento por meio de técnicas que integram o movimento natural com exercícios específicos. Essa abordagem ajuda a promover o controle motor adequado, corrigir padrões de movimento compensatórios e melhorar a eficiência biomecânica. Exercícios específicos são fundamentais para fortalecer a musculatura, aumentar a flexibilidade e melhorar o equilíbrio, sendo adaptados às necessidades individuais de cada paciente, com foco na prevenção de lesões e no aumento da performance física.

O monitoramento e acompanhamento do paciente são etapas importantes para garantir o sucesso do tratamento. A reavaliação contínua permite ajustar o plano terapêutico conforme o progresso, identificando a necessidade de modificações nas intervenções, como ajustes em palmilhas ou mudanças no protocolo de exercícios. O acompanhamento também oferece suporte ao paciente durante sua reabilitação, incentivando a adesão ao tratamento e promovendo uma recuperação eficiente e segura.

Conclusão

O uso de palmilhas e órteses, aliado à reeducação funcional e exercícios específicos, é essencial para corrigir desequilíbrios biomecânicos, melhorar o controle motor e prevenir lesões. Essas intervenções personalizadas visam não apenas corrigir alterações posturais e aprimorar a distribuição de cargas articulares, mas também otimizar a função muscular e a eficiência do movimento.

O monitoramento e acompanhamento contínuos são fundamentais para garantir a eficácia do tratamento, permitindo ajustes e promovendo uma recuperação segura. A combinação dessas estratégias oferece uma abordagem completa e individualizada para a reabilitação física, com foco na melhora funcional e na qualidade de vida do paciente.

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