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Osteoartrite: abordagem fisioterapêutica, exercícios e modalidades

A osteoartrite (AO), também conhecida como osteoartrose ou artrose, é uma doença crônica que afeta as articulações (mãos, coluna vertebral, quadril e joelhos), sendo caracterizada pelo desgaste da cartilagem articular e alterações nos ossos adjacentes.

Em 2013, foi o diagnóstico primário em 23,7 milhões de consultas ambulatoriais nos Estados Unidos (EUA). Estima-se que 14% da população americana (aproximadamente 32,5 milhões de adultos) sofria de osteoartrite sintomática na articulação entre 2008 e 2014. Dentre as articulações mais acometidas, estão os joelhos e quadris.

A incidência de osteoartrite da articulação de joelho nos EUA é estimada em 240 pessoas por 100.000 por ano. A sintomática do joelho confirmada através de raio-X é estimada em 3,8% no geral.  A incidência aumenta com a idade a partir dos 40 anos com incrementos maiores a partir dos 60 anos de idade.

Os fatores de risco da doença aumentam com a idade, especialmente em mulheres. Embora as mulheres representem 51% da população geral nos Estados Unidos, elas representam 78% dos pacientes diagnosticados com osteoartrite entre 2008 e 2014. Fatores genéticos e vulnerabilidade hereditária, massa corporal elevada, fatores ocupacionais e lesões traumáticas são fatores que podem aumentar a chance de desenvolvimento da doença.

Especificamente na América Latina, as características ​​demográficas e clínicas diferem entre os países, particularmente o nível de dor, incapacidade, tratamento e acesso ao atendimento.
 

Abordagem fisioterapêutica da osteoartrite

A avaliação da OA de quadril e de joelho envolve uma combinação de métodos clínicos e de imagem para diagnosticar e determinar a gravidade da doença. Na investigação das alterações articulares, sugere-se que sejam contempladas algumas informações, como histórico médico, sintomas, histórica clínica, exames físicos com testes e questionários, exames de imagens e laboratoriais.

Durante a investigação dos sintomas na articulação do quadril, informações sobre a dor do paciente (localização, intensidade, duração, padrões de alívio e piora), rigidez matinal e redução da mobilidade são importantes. Para a articulação do joelho, informações como edema matinal, crepitação (ranger ou estalos) e limitações no movimento deverão ser registradas. Também deverão ser rastreados o histórico familiar, ou seja, se outros parentes também apresentam essa condição, os fatores de risco, como a idade, obesidade, lesões prévias nas articulações, ocupação, histórico de atividade física de alto impacto articular, procedimentos cirúrgicos prévios e outras comorbidades associadas.

Durante a inspeção, deverá ser observada a postura do paciente, a marcha e qualquer deformidade/desvio ou atrofia muscular na região do quadril. Quanto à articulação do joelho, também é registrada a presença de edema e o alinhamento da articulação. A presença de dor a palpação nas articulações acometidas, edema ou sensibilidade também podem ocorrer.

No joelho, pela maior exposição da articulação a palpação, pode se observar a temperatura da pele, pontos dolorosos e a presença de derrame articular. A avaliação da amplitude de movimento visa avaliar a função e estimar o comprometimento articular. Para a articulação do quadril deve-se testar todas as direções de movimentos (flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e externa) e no joelho a flexão/extensão. Testes como o FABER (
Flexion, ABduction, External Rotation
) é comumente utilizado como um teste de provocação para detectar patologias do quadril, da coluna lombar ou da articulação sacroilíaca.

Pode-se fazer a adaptação do teste para a avaliação do quadril em rotação interna também. Para a avaliação da articulação do joelho, a avaliação da marcha, capacidade funcional, teste de força muscular e equilíbrio poderão ser usados para estimar o comprometimento do paciente. Os exames de imagem deverão ser utilizados para complementar a avaliação clínica do paciente.

Exames de raio-X (para a avaliação do estreitamento do espaço articular, presença de osteófitos, esclerose subcondral e deformidades ósseas), ressonância magnética (avaliação mais detalhada dos tecidos moles, como cartilagem, ligamentos e tendões, especialmente se houver suspeita de lesões associadas ou se os achados do raio-X forem inconclusivos), tomografia computadorizada (em casos complexos, pode ser usada para obter imagens detalhadas da estrutura óssea) e ultassonografia (pode ser útil para avaliar derrames articulares e alterações nos tecidos moles ao redor do quadril e sinovite na articulação do joelho) poderão compor a avaliação.

O uso de escalas como o Índice de Lequesne e o
Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index
(WOMAC) podem ser úteis na estratificação de sintomas e no impacto na vida do paciente.

Ainda, testes funcionais como o teste de sentar-e-levantar-se, teste de caminhada de seis minutos e testes de equilíbrio podem ser aplicados, pois são importantes para o estabelecimento de metas durante o acompanhamento do processo terapêutico. Os achados clínicos irão estratificar o grau de comprometimento e a conduta será voltada a redução de dor e aumento da funcionalidade do paciente com base em uma abordagem multiprofissional. 

Exercícios terapêuticos para osteoartrite

A literatura recomenda fortemente a realização de exercícios supervisionados, exercícios não supervisionados e/ou exercícios aquáticos para melhorar a dor e a função no tratamento da OA do joelho. Além disso, programas de autogestão e de educação são recomendados para melhorar a dor e a função de pacientes com osteoartrite do joelho.

A literatura apresenta uma recomendação moderada para o uso de treinamento neuromuscular no tratamento da osteoartrite do joelho. Este tipo de treinamento envolve atividades focadas no equilíbrio, agilidade e coordenação, que podem ser realizadas em combinação com exercícios tradicionais para melhorar a função baseada no desempenho e a velocidade de caminhada.

A perda de peso sustentada é recomendada para melhorar a dor e a função em pacientes com sobrepeso e obesos com osteoartrite de membros inferiores. Também, os estudos ainda apresentam limitações nas recomendações de terapia manual combinada com um programa de exercícios que pode ser usada para melhorar a dor e a função em pacientes com osteoartrite. Quanto à massagem, esta pode ser usada como complemento aos cuidados habituais para melhorar a dor e a função em pacientes com a mesma condição.
 

Modalidades terapêuticas

O tratamento com o uso de laser (aprovado pela
Food and Drug Administration
) pode ser usado para melhorar a dor e a função em pacientes com osteoartrite do joelho, assim como o uso da acupuntura.

Recentemente, um estudo randomizado mostrou que a aplicação de terapia a laser de baixa intensidade por três semanas, seguida de uma combinação de terapia a laser de baixa intensidade e exercícios de força por oito semanas, foi capaz de reduzir a dor, a incapacidade e a ingestão de medicamentos em seis meses. Esses resultados foram comparados a um grupo que recebeu três semanas de terapia a laser placebo, seguida do mesmo programa de exercícios e terapia.

A inclusão de modalidades eletrofisiológicas, como terapia de corrente interferencial, diatermia por ondas curtas e fotobiomodulação, em um programa de exercícios para pacientes com osteoartrite do joelho, associada ao treinamento de força, não demonstrou superioridade em relação a um programa de exercícios isoladamente.

No entanto, alternativas terapêuticas como estimulação elétrica nervosa transcutânea, terapia de campo eletromagnético pulsado e terapia por ondas de choque extracorpóreas podem melhorar a dor e a função em pacientes com osteoartrite do joelho. Essas modalidades devem ser avaliadas em conjunto com métodos tradicionais de exercícios, como os exercícios resistidos, cujos benefícios são amplamente documentados na literatura.

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