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Drogas vasoativas: administração segura e cuidados pela enfermagem

Drogas vasoativas: definição

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma unidade hospitalar de alta complexidade, equipada com tecnologia avançada e materiais específicos para o cuidado intensivo e monitorização contínua de pacientes graves. Com uma equipe multiprofissional especializada, a UTI tem como objetivo principal estabilizar a saúde do paciente de forma eficaz e dentro de um tempo adequado.

O paciente internado em uma UTI encontra-se em estado de saúde grave, com comprometimento de um ou mais sistemas de autorregulação. Nessas condições, é necessária vigilância contínua e, frequentemente, a substituição artificial das funções orgânicas, utilizando suporte de medicamentos e tecnologias avançadas.

Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), os riscos aumentam significativamente devido à complexidade das condições clínicas dos pacientes, às frequentes mudanças em seu estado geral e, especialmente, ao manuseio de equipamentos tecnológicos e medicamentos de alto risco. Erros na administração de medicamentos são uma das principais causas evitáveis de lesão iatrogênica em pacientes críticos.

Entre os medicamentos comumente utilizados na UTI, destacam-se as drogas vasoativas (DVAs), que são essenciais para
manter a estabilidade hemodinâmica dos pacientes
. A administração inadequada dessas drogas pode resultar em efeitos colaterais graves e, muitas vezes, irreversíveis, impactando diretamente a gestão, os processos de trabalho individuais e em equipe, o ambiente e a realização das tarefas.

As drogas vasoativas, amplamente empregadas em UTIs, possuem
efeitos vasculares periféricos, pulmonares e cardíacos de curta duração e rápida ação.
Elas desempenham um papel crucial no tratamento de pacientes com instabilidade hemodinâmica, tornando essencial que sua administração seja rigorosamente controlada para evitar desequilíbrios hemodinâmicos graves que possam comprometer os parâmetros circulatórios e respiratórios.

Os distúrbios que levam a alterações nesses parâmetros podem reduzir a oferta de oxigênio, diminuir o débito cardíaco e afetar as funções celulares.
As drogas vasoativas têm como objetivo aumentar o tônus vascular, melhorar a microcirculação, reduzir a permeabilidade capilar, diminuir a viscosidade sanguínea e otimizar a pressão de oxigênio, garantindo maior eficiência no retorno venoso.

Entre as principais DVAs, destacam-se os agentes vasopressores, como as catecolaminas (epinefrina, dopamina, dobutamina e noradrenalina), vasopressina e terlipressina, além dos agentes vasodilatadores, como o nitroprussiato de sódio, nitroglicerina e lactato de milrinona.

Cuidados de enfermagem

A prescrição e administração de medicamentos estão entre as atividades mais presentes na prática diária da equipe assistencial. Ela exige conhecimento científico e habilidade técnica, por isso deve ser encarada com seriedade e responsabilidade pela equipe de enfermagem. Para que ela seja realizada de maneira segura, responsável e eficiente, é necessário compreender os efeitos da droga, administrá-la corretamente e monitorar as respostas do paciente.

Por terem efeitos importantes no metabolismo do paciente, as DVAs necessitam de cuidados especiais durante e após a infusão, pois qualquer erro durante este processo pode influenciar na estabilidade hemodinâmica do indivíduo. É de suma importância que a equipe de enfermagem não apenas conheça as DVAs, mas também tenha um profundo entendimento dos cuidados que devem ser prestados aos pacientes que as recebem.

É importante ressaltar que os fármacos vasoativos, como noradrenalina, dopamina e dobutamina, devem ser administrados por meio de um acesso venoso central devido às suas propriedades farmacológicas. A infusão através de veias periféricas está associada a um maior risco de complicações. Além disso, o sítio de inserção do cateter deve ser rigorosamente avaliado, pois o extravasamento desses medicamentos pode resultar em necrose local.

A diluição e infusão inadequada de medicamentos, juntamente com a administração de múltiplos fármacos pelo mesmo acesso venoso, podem causar irritação venosa e contribuir para o surgimento de complicações. Portanto, é válido destacar a importância do desenvolvimento de protocolos institucionais para a diluição e reconstituição de medicamentos, a fim de tomar precauções e evitar complicações. Tais protocolos ajudam a garantir uma administração adequada e segura dos medicamentos, minimizando riscos e promovendo a saúde dos pacientes.

O controle rigoroso durante a administração das DVAs é um ato de responsabilidade que exerce influência direta sobre a eficácia do tratamento. Enfatizar o papel das bombas de infusão vai além do reconhecimento do controle técnico, destacando também a imperativa necessidade de vigilância constante para prevenir possíveis complicações.

Para que o ato de medicar pacientes seja realizado com sucesso, a comunicação precisa ser extremamente eficaz. Problemas de comunicação podem surgir em diversas situações do cotidiano profissional e são uma das principais causas de erros. Entre os fatores que contribuem para a incidência de erros estão: letra ilegível, falta de padronização na nomenclatura dos medicamentos, uso de abreviaturas nas prescrições, deficiências na formação acadêmica, inexperiência, negligência, desatenção, ou falta de atualização em relação aos avanços tecnológicos e científicos, bem como ao manuseio de equipamentos como bombas de infusão, cateteres, entre outros. Além disso, falhas nos procedimentos e no sistema de medicação como um todo também desempenham um papel significativo.

Desse modo, é essencial estar atento às variações dos sinais vitais do paciente, como pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, para identificar possíveis complicações ou efeitos adversos. Além disso, é necessário estar especialmente atento às alterações do traçado do eletrocardiograma (ECG), pois as DVAs podem afetar o sistema elétrico do coração. O monitoramento frequente e preciso desses parâmetros clínicos e do ECG auxilia na detecção precoce de qualquer problema e na tomada de medidas adequadas para garantir a segurança e o bem-estar do paciente. Essa vigilância constante é essencial para uma administração segura e eficaz das DVAs.

Administração segura

Como em toda administração medicamentosa, é fundamental prestar atenção aos detalhes da prescrição. Para evitar erros, é essencial verificar antes da administração: o nome do paciente, a dose, a diluição, a via de administração, possíveis interações medicamentosas e potenciais efeitos colaterais.

É importante destacar que todos os profissionais estão sujeitos a erros. Por isso, cabe a quem administra a medicação conferir rigorosamente todos os itens mencionados e sinalizar qualquer inconsistência ao médico responsável pela prescrição. Para isso, o enfermeiro deve ter um conhecimento aprofundado das medicações e dos pacientes sob seus cuidados, confirmando as indicações e as doses prescritas. A saúde do paciente é uma responsabilidade compartilhada pela equipe, e a verificação cuidadosa por cada profissional antes da administração reduz significativamente os riscos.

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