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Escala de Braden: como avaliar o risco de lesão por pressão

As lesões por pressão (LPP) podem ser definidas como lesões localizadas na pele, tecido, músculo e até osso, causadas por pressão intensa e/ou contínua. Esse tipo de lesão leva à diminuição da circulação sanguínea e, consequentemente, à necrose da pele.

Neste artigo, vamos falar mais sobre as lesões por pressão e explicar como utilizar Escala de Braden como ferramenta de avaliação de risco. Confira!

Estágios da lesão por pressão

As recentes mudanças na nomenclatura divulgadas pelo National Pressure Ulcer Advesory Panel e pelo European Pressure Advisory Panel reclassificaram as LPPs, que então passaram a ter seis estágios.

  • A LPP de estágio 1 engloba lesão com pele íntegra, com área localizada que não embranquece.
  • Já no estágio 2, a característica definidora é a perda da pele em sua espessura parcial, com exposição da derme, coloração rosa ou vermelha e umidade no leito da ferida, podendo apresentar bolhas intactas.
  • Identifica-se o estágio 3 por perda da pele em sua espessura total, comprometimento de tecidos subcutâneos com borda enroladas.
  • No estágio 4, apresenta-se a perda da pele em sua espessura total e a perda tissular, exposição de músculos, ossos e/ou tendões subjacentes.

Os estágios de maior comprometimento do tecido são das LPPs não classificáveis, nos quais há perda da pele em sua espessura total e perda tissular visível, mas cujo estágio não pode ser confirmado, uma vez que está encoberta por esfacelo. Na LPP tissular profunda, há descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece, lesão com leito escurecida ou bolhas com exsudato sanguinolento.

Lesão por Pressão e Escala de Braden

A lesão por pressão é um dos eventos adversos mais comuns resultante da permanência da hospitalização, em especial no setor de UTI, onde normalmente o paciente fica mais restrito ao leito, sem muita movimentação. Essa incidência tende ainda a aumentar com a combinação de fatores que acentuam o risco, dentre eles idade, estado nutricional deficitário, tabagismo, imunidade, incontinência, obesidade e temperatura.

Os profissionais que cuidam diretamente de pacientes em estado crítico e que se preocupam com a prevenção de LPP podem encontrar na literatura ferramentas ou escalas que auxiliam na identificação de fatores de risco presentes no paciente.

A Escala de Braden é a mais aplicada mundialmente. Essa ferramenta utiliza escores que podem variar de 6 a 23 pontos. Assim, quanto mais baixa a pontuação maior o risco do paciente desenvolver LPP.

escala de barden

A Escala de Braden integra seis subescalas: percepção sensorial, atividade, mobilidade, umidade, nutrição, fricção e cisalhamento. Essas escalas são pontuadas de um a quatro, exceto fricção e cisalhamento, cuja medida varia de um a três.

Variação da Pontuação da Escala: 6 a 23 pontos

  • Risco Leve: 15 a 18 pontos
  • Risco Moderado: 13 a 14 pontos
  • Alto Risco: 10 a 12 pontos
  • Altíssimo Risco: 6 a 9 pontos

Prevenção da lesão por pressão

A lesão por pressão pode ser evitada com o conhecimento dos fatores associados ao seu processo de formação e avaliação diária da pele. Para tanto, é necessário que o profissional enfermeiro busque detectar, precocemente, o paciente com potencial de risco para esse tipo de lesão. As ações de prevenção visam impedir que o estímulo desencadeante agrida o indivíduo causando doença, isso é um meio de atenuar as morbidades e reduzir a mortalidade.

Torna-se fundamental instrumentalizar o profissional, que está diretamente envolvido no processo de cuidados. Essa instrumentalização capacitará o profissional a implementar procedimentos que reduzam os fatores de risco associados ao surgimento de úlceras, bem como a lidar com seus agravamentos quando sua ocorrência for inevitável. O conhecimento das medidas preventivas e das características das úlceras por pressão deve ser parte integrante do repertório de conhecimento dos profissionais da área de enfermagem.

O emprego da Escala de Branden como ferramenta para identificar pacientes em risco de desenvolver úlceras por pressão, aliado à implementação de recursos dos protocolos institucionais e boas práticas de enfermagem, como a mudança de decúbito nos intervalos adequados e a utilização de materiais e equipamentos que ajudam a redistribuir a pressão (como coxins, colchões específicos, proteção do calcâneo e de proeminências), além da manutenção da pele seca e hidratada, são medidas preventivas essenciais para evitar úlceras por pressão. Essas estratégias visam aprimorar a qualidade da assistência prestada aos pacientes.

No caso em que já houver lesão por pressão instalada, é necessário que o enfermeiro tenha domínio acerca do cuidar de feridas e das coberturas oferecidas no mercado e as suas indicações, sendo necessário que se mantenha atualizado para realizar o curativo com qualidade e competência. Cada estágio da lesão necessita de cobertura diferente, sendo indispensável a avaliação correta e o reconhecimento dos tecidos que a lesão apresenta.

Além disso, é crucial que o enfermeiro compreenda os processos de cuidado e as necessidades tanto dos indivíduos diretamente envolvidos quanto dos indiretamente relacionados, a fim de implementar ações eficazes na gestão do cuidado de enfermagem prestado a esses clientes, abrangendo prevenção, avaliação e tratamento de lesões por pressão. O uso de tecnologias disponíveis, como a Escala de Braden, não apenas aprimora o cuidado, mas também eleva o conforto e o bem-estar dos pacientes assistidos.

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