O MAIOR ECOSSISTEMA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO BRASIL

Artmed

O MAIOR ECOSSISTEMA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO BRASIL

Artmed
  • Home
  • Conteúdos
  • Como o fisioterapeuta deve mensurar o grau de força muscular

Como o fisioterapeuta deve mensurar o grau de força muscular

Mensurar o grau de força muscular é o único caminho para dimensionar a lesão do paciente, gerar um diagnóstico e determinar o 
plano terapêutico mais adequado
. Com o avanço do acompanhamento fisioterápico, novas avaliações são necessárias para aferir os resultados dos exercícios aplicados.

A força gerada pelos músculos, como se sabe, possibilita o movimento humano. Nesse contexto, diferentes distúrbios e o avanço da idade figuram entre as principais causas de sinais de alteração muscular, o que afeta o bem-estar e a saúde dos pacientes.

A partir da mensuração do grau de força muscular, o fisioterapeuta pode indicar os exercícios e a intensidade com que devem ser praticados. Muitos programas de reabilitação na fisioterapia traumato-ortopédica e esportiva, por exemplo, buscam o fortalecimento muscular.

De acordo com o fisioterapeuta Bruno Manfredini Baroni, especialista em Cinesiologia e doutor em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a mensuração clínica pode ser feita de duas maneiras: qualitativa, por meio da percepção do fisioterapeuta sobre o nível de força desenvolvido pelo paciente; e quantitativa, com o uso de ferramentas.

Avaliando o grau de força muscular

A manifestação da força muscular é avaliada de três maneiras: força máxima, resistência e potência. Antes disso, no entanto, o fisioterapeuta deve identificar o aspecto dos déficits que impedem o paciente de realizar a tarefa-alvo, como uma caminhada ou corrida.

“O mais comum no ambiente clínico é a avaliação da força máxima por meio de células de carga [
acopladas ao paciente por meio de cintas
] e testes de uma repetição máxima com pesos livres ou equipamentos de musculação”, indica Baroni. A resistência muscular também pode valer-se de dispositivos assim, desde que sejam aplicados os protocolos específicos.

Entretanto, a potência tem sido foco de maior atenção nos últimos anos, segundo Baroni. Para tanto, são necessários equipamentos mais sofisticados e de difícil acesso para a maioria dos fisioterapeutas. Entre eles estão o dinamômetro isocinético, de alto custo de aquisição e comercializado apenas no exterior.

A potência, por sua vez, é avaliada principalmente por meio de testes funcionais (como os de salto), usando fita métrica ou aplicativos específicos para smartphones.

Na avaliação quantitativa, a mensuração do grau de força muscular ainda é possível com o uso dos seguintes recursos:

  • Testes de caminhada: recomendados para avaliar o volume de massa e força muscular e a velocidade da marcha em casos de suspeita de perda de massa muscular.
  • Teste lunge: útil na avaliação da amplitude de dorsiflexão do tornozelo em cadeia cinética fechada (CCF).
  • Esfigmomanômetro Modificado (EM): alternativa mais barata e precisa disponível. Permite medir a relação direta entre a força e pressão, sendo indicada para a avaliação de alterações nos músculos extensores e flexores, como os do joelho. Existem dois tipos de testes que utilizam a ferramenta: break test (manual) e make test (mecânico).
  • Dinamômetro portátil: tido como o melhor equipamento para a mensuração da força muscular. Ainda é pouco utilizado no Brasil em função do custo de aquisição e da necessidade de importação. Mensura a força de compressão.
  • Perimetria: mede a dimensão dos membros superiores e inferiores. É aplicada em casos de suspeita de atrofia muscular ou edema.
  • Método Prechtl: mais utilizado na pediatria para a avaliação da presença de movimentos generalizados (GM, na sigla em inglês), como os apresentados em quadros de paralisia cerebral.
  • Teste Muscular Manual (TMM): não é o mais indicado, considerando o seu baixo grau de confiabilidade, que varia de 60% a 65%.

Os fisioterapeutas contam, ainda, com outros recursos de avaliação do grau de força muscular em áreas específicas. Saiba mais:

Fisioterapia traumato-ortopédica

Para confirmar a ocorrência e indicar a gravidade de uma lesão como as abordadas nas fisioterapias traumato-ortopédica ou esportiva, os profissionais contam com exames de imagem. Com esses recursos é possível montar um plano terapêutico visando ao fortalecimento muscular – principal objetivo na reabilitação desses quadros clínicos.

Já em casos de 
disfunções de dor lombar
 ou musculoesquelética, testes com pontuação de 0 a 100 mensuram a gravidade do quadro clínico de acordo com os hábitos diários e a mobilidade do paciente. É o que acontece, por exemplo, com o Questionário do Instituto Vitoriano de Avaliação do Esporte-Aquiles 
nos casos de tendinopatia de calcâneo
.

Conheça a 
atualização profissional na área
 desenvolvida com a Associação Brasileira de Fisioterapia Traumato-ortopédica.

Fisioterapia neurofuncional

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
 está entre as 
disfunções neurológicas
 mais recorrentes em adultos. Pacientes com a doença demandam maior cuidado dos profissionais de fisioterapia, devido às consequências da prática de exercícios de resistência – como fadiga muscular e maior consumo de oxigênio.

Como a doença causa insuficiência respiratória e de oxigenação, esforços além da capacidade do paciente podem levar a resultados inversos aos desejados. Por isso, o fisioterapeuta precisa ter cuidado especial na execução de testes de força.

Em casos assim deve-se avaliar a capacidade motora em manobras de oposição à resistência, com movimentos ativos-resistidos e comparação com o lado oposto do corpo enquanto o paciente estiver deitado.

A classificação do grau de força dos músculos vai de 0 a 5, sendo:

  • 0: Sem contração, o que configura plegia;
  • 1: Contração sem movimento;
  • 2: Contração com movimento sem a gravidade ou com amplitude de movimento (ADM) incompleta contra a gravidade;
  • 3: Contração com movimento contra a gravidade e ADM completa.
  • 4: Contração com movimento vencendo resistência moderada e ADM completa;
  • 5: Normal, vence grande resistência e ADM completa.

Os graus entre 1 e 4 configuram quadros de paresia, enquanto são não examináveis (NE) em situações de coma e demência, por exemplo. Quadros de paralisia de um ou mais membros são classificados em monoplegia, diplegia, paraplegia, quadriplegia e tetraplegia.

Para deixar os profissionais em dia com as últimas abordagens, a Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional desenvolveu um 
programa de atualização com conteúdos físicos e online
. Confira!

Fisioterapia intensiva adulta

Distúrbios de movimento são frequentes durante o período de internação nas unidades de terapia intensiva (UTIs). A avaliação do grau de força muscular nesses casos acontece com o auxílio de instrumentos como a ultrassonografia, que mostra as alterações da massa muscular.

Um documento da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) indica o uso da escala do Medical Research Council (MRC). Além do grau de força muscular, a escala do MRC mensura trofismo e posicionamento no leito.

O desmame da ventilação mecânica, um recurso comum nas UTIs, é mais um aspecto ao qual os fisioterapeutas precisam estar atentos. Em estudo publicado pela revista 
Fisioterapia e Pesquisa
, a progressão da força da musculatura respiratória (PImáx) durante o desmame foi avaliada com o auxílio de manovacuômetro e válvula unidirecional.

Fisioterapeutas dessa área podem contar com a 
Atualização em Terapia Intensiva,
 que é produzida em parceria com a ASSOBRAFIR, para realizar avaliações de forma mais segura e assertiva.